O conselho de administração da Light (LIGT3) aprovou uma atualização do plano de recuperação judicial da companhia, com termos e condições que buscam um maior alinhamento com os interesses de credores e outros “stakeholders”, informou a empresa elétrica na noite da sexta-feira passada.
O plano de recuperação judicial “modificativo” prevê, dentre outras medidas, o aporte de recursos na Light, mediante aumento de capital; a capitalização de determinados créditos, mediante a emissão de títulos conversíveis; bem como o pagamento integral de detentores de créditos de menor montante, de até 30 mil reais.
Segundo os documentos protocolados, a Light propôs uma capitalização de 1,5 bilhão de reais, com 1,0 bilhão de reais sendo ancorado por seus acionistas de referência, ao preço médio ponderado das ações nos últimos 60 dias. Está previsto um bônus de subscrição (“warrant”) com duas ações adicionais para cada nova ação.
O plano também prevê a conversão de 40% dos débitos de cada credor em ações, via debêntures conversíveis. A adesão para esta proposta tem um limite de 2,2 bilhões de reais. Para quem aderir, o restante dos débitos seria pago em um prazo de oito anos e com remuneração pela variação do IPCA mais 4% ao ano.
Já para os credores “apoiadores não conversores”, o pagamento ocorreria em 12 anos e seria remunerado por IPCA mais 2% ao ano.
A atualização do plano vem após a companhia ter divulgado, na semana passada, condições que estavam sendo negociadas com os credores desde o fim do ano passado.
A Light entrou em recuperação judicial em meados de 2023 e busca reestruturar cerca de 11 bilhões de reais em dívidas.
Em fato relevante ao mercado, a companhia afirmou ainda que a atualização proposta visa a superação da atual situação econômico-financeira da companhia e seus eventuais reflexos e, sobretudo, a continuidade da prestação dos serviços do grupo, que atende mais de 30 municípios do Rio de Janeiro por meio de sua distribuidora de energia.