A confiança da indústria no Brasil registrou estabilidade em fevereiro, apresentando acomodação após uma série de quatro meses consecutivos de ganhos, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) permaneceu em 97,4 pontos neste mês. No período, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,2 ponto, para 98,0 pontos, maior patamar desde setembro de 2022 (100,3), mas esse movimento foi compensado pelo Índice de Expectativas (IE), que recuou 0,2 ponto, para 96,8 pontos.
“O resultado sinaliza uma acomodação após um período de melhora da demanda e normalização dos estoques”, disse Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre.
De acordo com ele, há uma perspectiva mais favorável para as contratações nos próximos meses, embora, no geral, haja cautela no que diz respeito à produção e ao ambiente de negócios no futuro.
“Aparentemente, a nova política industrial ainda não teve um impacto forte nas expectativas do setor, que parece estar aguardando seu desdobramento e ações relacionadas, mas o maior otimismo em relação ao emprego parece ser um sinal positivo”, explicou Pacini.
Em janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um plano de desenvolvimento para a indústria até 2033 e previu, entre os instrumentos para estimular o setor, 300 bilhões de reais em linhas de crédito, subsídios a empresas e exigências de conteúdo local nos produtos.
O plano está entre as ações planejadas pelo governo na tentativa de dar tração à indústria e estimular o crescimento em meio a sinais de desaceleração econômica.