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Mudança no guidance não tem correlação com Selic terminal, diz Galípolo

Galípolo reiterou que a dependência de dados por parte do BC está "acima" de seu guidance

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Diogo Zacarias)

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que uma mudança no “guidance” da autoridade monetária, que atualmente projeta cortes de 0,5 ponto percentual na taxa Selic para as próximas reuniões, não teria correlação com a taxa terminal do ciclo de redução da Selic.

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Em evento da André Perfeito Consultoria Econômica, em São Paulo, Galípolo reiterou que a dependência de dados por parte do BC está “acima” de seu guidance e que uma mudança no cenário econômico esperado poderia fazer a autarquia alterar sua projeção para a política monetária.

“Eu acho que mudanças no guidance não necessariamente significam uma correlação com a taxa de juros terminal”, disse Galípolo.

“A ausência de sinalização por parte do Copom sobre a taxa de juros terminal decorre de que a gente adotou o ‘pace’ (ritmo) de 50 pontos-base justamente para colher a vantagem, ganhar tempo e ver como as coisas vão se desdobrar”, acrescentou.

Na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica de juros foi cortada em 0,50 ponto percentual, o quinto corte consecutivo dessa magnitude, atingindo o patamar de 11,25% ao ano.

O Copom voltará a se reunir em 19 e 20 de março.

No evento desta terça, o diretor do BC também enfatizou que o guidance tem funcionado “muito bom” e que a decisão da autarquia por mantê-la se deve à avaliação de que a perda de liberdade para a autoridade monetária é compensada pela redução da volatilidade no mercado que a orientação provê.

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Ele destacou que, apesar da redução do diferencial entre os juros do país em comparação com os países avançados, que têm adiado o início do ciclo de redução de suas taxas de juros, a taxa de câmbio tem tido um bom comportamento.

(Imagem: Raphael Ribeiro/BCB)
(Imagem: Raphael Ribeiro/BCB)

“Mesmo com esse diferencial fechando, o câmbio vem se preservando em um bom patamar”, afirmou.

Questionado se o BC tem um alvo para o patamar do câmbio, Galípolo negou a existência de uma meta, reforçando que um câmbio flutuante é uma importante “linha de defesa” para o país.

Ele acrescentou que possíveis intervenções cambiais da autoridade monetária ocorrem apenas em situações de “disfuncionalidade”.

“A atuação do Banco Central vai seguir quando se entende que tem algum tipo de disfuncionalidade que justifique esse tipo de atuação.”

Galípolo rejeitou, ainda, especulações sobre a possibilidade de ele suceder no cargo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no fim do ano. Ele afirmou que tais suposições são “normais” para qualquer diretor indicado na gestão atual.

Dos quatro diretores do BC indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu mandato, Galípolo é o que tem relação mais próxima com o governo, tendo deixado o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda para assumir a vaga na autarquia.

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