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Cemig estreia na autoprodução de energia, negocia mais contratos para complexos solares

por Reuters
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Cemig

A Cemig (CMIG4) começará a entregar seus primeiros projetos de autoprodução de energia em maio e já negocia contratos da modalidade com clientes potenciais somando 300 megawatts (MW) médios, disse nesta quarta-feira o vice-presidente de comercialização da companhia, à Reuters.

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O primeiro contrato de autoprodução firmado pela Cemig foi com a rede de atacarejo Mart Minas, que passará a produzir 20 MW em duas usinas solares do complexo fotovoltaico Jusante, em construção pela Cemig em São Gonçalo do Abaeté (MG).

Projetos de autoprodução, no qual o consumidor de energia geralmente compra uma fatia ou investe no empreendimento, têm impulsionado a geração de energia renovável no Brasil, com as companhias buscando descarbonizar suas operações.

O acordo, que envolveu 108 milhões de reais em investimentos nos parques solares, suprirá cerca de um terço do consumo total de energia do grupo Mart Minas em lojas em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Segundo o vice-presidente de comercialização da Cemig, Dimas Costa, outros contratos de autoprodução já foram assinados, envolvendo o complexo solar Eduardo Soares, além de Jusante, com potências de 100 megawatts-pico (MWp) e 87 MWp, respectivamente.

Os empreendimentos, que somam investimentos de cerca de 830 milhões de reais em investimentos, estão previstos para entrar em operação comercial no primeiro semestre deste ano.

A companhia segue negociando novas parcerias em autoprodução, modalidade que vem se tornando mais atrativa para grandes consumidores de energia, como varejistas e indústrias, disse ele.

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“Temos um portfólio de mais ou menos 300 MW médios de clientes, diversos clientes, que estão em fase de discussão (para contratação de energia)”.

“Todos são (para) parques solares e de diversos tamanhos, tem cliente de 10 MW médios, tem cliente de 80 MW médios… E geralmente no norte de Minas, onde temos parques com conexão garantida”, acrescentou.

O executivo afirmou ainda que a Cemig tem reservados cerca de 2 bilhões de reais para investir em novos projetos no setor de geração de energia nos próximos anos, com preferência por mais acordos de autoprodução.

“O mercado voltou a ficar aquecido na questão da autoprodução, ele deu uma adormecida no ano passado em função dos preços muito baixos, mas agora deu uma aquecida”, comentou Costa.

Projetos de autoprodução de energia vêm ganhando espaço entre grandes empresas que buscam descarbonizar suas operações no Brasil. Pelo modelo, o consumidor da energia compra uma participação acionária ou investe em uma usina junto com a companhia elétrica, tornando-se um autoprodutor. Com isso, garante alguns incentivos que reduzem seus custos com o insumo, como isenção do pagamento de encargos setoriais.

Um estudo da consultoria Clean Energy Latin America (CELA) mostrou que projetos de autoprodução das fontes solar e eólica aumentaram sua participação no total de contratos assinados em 2023 no Brasil, somando 86,9% dos compromissos de longo prazo fechados no mercado livre.

Esses empreendimentos também são valorizados do ponto de vista de sustentabilidade pelas empresas, uma vez que asseguram fornecimento de energia renovável, reduzindo as emissões de CO2.

“Essa decisão demonstra o compromisso da empresa não apenas com a eficiência operacional, mas também com a sustentabilidade, pois a autoprodução de energia é uma maneira de contribuir com a descarbonização, além de otimizar recursos”, avaliou diretor administrativo e financeiro do Mart Minas, Matheus Neves, em nota.

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