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Investidores individuais comandam a bolsa de valores

por Conrado Navarro
3 min leitura

Investidores individuais comandam a bolsa de valoresA mídia especializada costuma nos chamar de investidores[bb] de varejo. Eu, você, familiares, alguns amigos aqui e outros ali. Juntos, somos 549 mil investidores pessoa física cadastrados na Bovespa. Para se ter uma idéia da grandeza deste número, outubro registrou 542,1 mil – o número aumentou em pleno mês agudo da crise. Como alerta uma reportagem da Folha, em maio, quando a Bolsa atingiu seu pico histórico, havia 486,7 mil investidores individuais cadastrados. O número cresceu bastante e, a partir dele, é possível reacender algumas discussões.

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Lideramos as negociações
Nosso trabalho enquanto investidores de varejo representou 34% do total de operações realizadas no mês passado, número que nos coloca na dianteira das negociações da Bovespa[bb]. Os estrangeiros, famosos por sempre negociarem mais, ficaram com 33,5%, seguidos pelos investidores insitucionais (23,8%). Segundo levantamento do jornal, nós não assumíamos a liderança dos negócios desde 2004. Mas, você deve estar se perguntando, isso é algo que devemos comemorar?

“Há pessoas que estão vendo que o mercado já caiu bastante e criou oportunidades. Outras, que entraram no pico da Bolsa, viram os ativos se depreciarem muito e estão à espera de uma melhora do mercado” Mauro Calil, professor e educador financeiro

Faz sentido. É interessante notar que, mesmo em ano de crise, praticamente não há fuga de investidores pessoa física – aliás, o número cresceu cerca de 20% em 12 meses. Pois é, a Bovespa registra queda próxima de 40% no acumulado do ano, mas o número de investidores é 20% maior que o de dezembro do ano passado. Mais, enquanto lá no final do ano passado representávamos apenas 21% dos negócios, agora passamos de 34%. Literalmente “seguramos” a Bovespa no mês passado.

Então, faço questão de referenciar duas questões importantes para aqueles que, interessados por estes dados, desejam ingressar no mercado:

1. Mercados em baixa criam oportunidades.
Não parece óbvio acreditar que, nas condições em que se encontra a bolsa de valores[bb] brasileira, a hora seja interessante para comprar papéis de algumas empresas? Ainda que a Bovespa tenha apresentado resultados negativos durante o ano de 2008, muitos investidores aproveitaram para aumentar suas posições ou definitivamente entrar no mercado de ações, aproveitando a maré de baixa.

E é assim mesmo que se formam as grandes oportunidades de investimento em renda variável: diante de momentos de tensão, muita emoção e fortes crises é que verdadeiros líderes e suas companhias se fortalecem, atraindo investidores inteligentes. Cabe lembrar, no entanto, que também é nessas horas que surgem eventuais problemas de contabilidade, equívocos em operações financeiras, decisões de investimento mal tomadas e etc. Se a crise traz oportunidades, saber encontrá-las nem sempre é tão fácil.

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Neste sentido, cabe observar a evolução da governança corporativa nas companhias de seu interesse, bem como a opinião de outros investidores e o acompanhamento constante das notícias e decisões de seus executivos. Procurar participar das assembléias e manter contato direto com os representantes da empresa (departamento de RI – Relação com Investidores) também são atitudes inteligentes.

2. Aplicar em ações significa comprometer recursos de longo prazo.
Aqueles que estão participando do mercado de ações[bb] desde 2002, 2003 ou 2004 mantém bons rendimentos, mesmo com a crise e queda de cerca de 40% este ano. Isso, claro, desde que escolhidas empresas cuja evolução tenha se dado de forma consistente ou simplesmente ao investir em um fundo que procura seguir o Ibovespa, índice principal de nossa bolsa de valores.

A mensagem é clara e repetitiva: em renda variável, devem ser usados os recursos financeiros não comprometidos no curto prazo, de forma que oscilações possam sejam sofridas sem que haja pânico ou tentativa de resgates. Aquele dinheiro para trocar de carro no ano que vem deve estar quietinho em um título público ou produto de renda fixa, não no mercado de ações. Já parte do que você pretende angariar ao se aposentar (quando quiser parar de trabalhar) pode e deve estar em investido em ações.

Há controvérsias
A discussão pode tomar rumos diversos neste ponto, com opiniões e fatos que dizem que investir em ações deve ser um ato tanto de curto, quanto de longo prazo. Há a escola do “no longo prazo, todos estaremos mortos” e também aquela do lendário Ben Graham, hoje representada pelo mega-investidor bilionário Warren Buffett[bb]. Há quem concorde em gênero, número e grau com Max Gunther, autor de “Os Axiomas de Zurique”, que prega a não diversificação. Há quem diversifique, como eu.

De fato, são muitos os paradigmas e teorias. São muitos os personagens. Prefiro deixá-lo, caro leitor, à vontade para ler e criar seu próprio conceito a respeito do investimento em ações, de forma que possa fazê-lo respeitando seus limites e de maneira consciente e inteligente. O que não podemos negar, e os números aqui mostrados suportam esta observação, é que o investimento em bolsa de valores já é uma realidade que começa a circular nas mentes e aplicações financeiras de muitos brasileiros. Que bom!

Mais uma promoção!
Já que o assunto é o investimento em ações, que tal ganhar um exemplar do livro “Como Investir em Ações”, escrito pelo consultor financeiro Eduardo Alves da Costa e publicado pela Novatec? A obra, gentilmente cedida pela editora, traz as estratégias mais usadas pelos investidores profissionais na Bolsa de Valores. Faça o seguinte: escreva, no espaço de comentários deste artigo, se já investe em ações e o que pensa sobre o assunto, levando em conta os dados apresentados hoje e a crise. A promoção será encerrada dia 05/01/2009 e um sorteio definirá o vencedor. Participe!

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Crédito da foto para stock.xchng.

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