O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil cortou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, levando-a de 11,25% para 10,75%, segundo revela um comunicado enviado na noite desta quarta-feira (20).
Este é a sexta redução consecutiva do juro. A decisão foi unânime. O mercado agora passa a analisar o tom usado pelas palavras que compõem a decisão, em busca de sinais sobre os próximos passos do Comitê.
“Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”, mostra o texto.
A frase acima mostra uma mudança na redação do comunicado do Copom. Na decisão anterior, o BC afirmava que antevia “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”. Ou seja, o plural foi alterado para o singular.
A última edição do relatório Focus mostrou que o mercado vê a Selic encerrando 2024 a 9,0% e 2025 a 8,50%.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, pontua o documento.
Revisões
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, diante da piora na qualidade dos IPCAs recentes, da resiliência da atividade e da força do mercado de trabalho, além de um cenário global mais adverso, a opção do comitê de buscar maiores graus de liberdade é condizente com a evolução do cenário desde a última reunião.
“Sendo assim, revisamos nosso cenário de Selic, esperando um corte de 0,50% na decisão de maio e três cortes de 0,25% até a reunião de setembro, com a taxa terminal esperada por nós subindo de 9,0% para 9,5%. Para 2025, elevamos a projeção de 8,0% para 8,5%”, ressalta.
Mercados
O Ibovespa (IBOV) fechou a sessão em alta de 1,25%, acima dos 129 mil pontos, enquanto os investidores avaliavam a manutenção dos juros pelo Federal Reserve, aguardando o pronunciamento do Banco Central.
Já em reação ao anúncio do Copom de hoje, em Nova York, o ETF iShares MSCI Brazil (EWZ) opera em alta de 0,46%, a US$ 32,97.