As taxas dos principais contratos de DI fecharam em alta nesta quinta-feira, com investidores incorporando à curva de juros a comunicação mais conservadora do Banco Central e acompanhando a recuperação dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
O Banco Central do Brasil decidiu na quarta-feira fazer uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
O BC também destacou que as medidas de inflação subjacente, que excluem itens mais voláteis, passaram a se situar recentemente acima da meta de inflação.
“Foi um comunicado bem ‘hawk’ (duro contra a inflação)… o que a gente tem de garantia até agora é mais um corte de meio ponto somente em maio, e aí a gente está vendo a curva abrir, precificando essa postura mais conservadora do nosso Banco Central”, disse Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,935%, ante 9,912% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,855%, ante 9,811% do ajuste anterior.
Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,085%, ante 10,049%. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,57%, ante 10,534%.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries avançavam nesta quinta-feira, recuperando perdas da véspera depois de dados econômicos resilientes dos Estados Unidos.
Na véspera, o Federal Reserve manteve sua taxa de juros inalterada, mas os formuladores de política monetária indicaram que ainda esperam reduzi-la em 0,75 ponto percentual até o final de 2024 em seu famoso “gráfico de pontos” de expectativas econômicas.