A Assembleia Nacional da França aprovou legislação nesta quinta-feira que proíbe discriminação contra dreadlocks, tranças, afros e qualquer outro estilo, cor ou textura de cabelo, derrotando adversários que disseram que o projeto de lei era uma importação desnecessária de ideias norte-americanas.
Olivier Serva, parlamentar negro da ilha francesa de Guadalupe, no Caribe, que elaborou o projeto de lei, disse que ele ajudará que vítimas dessa discriminação, no trabalho e em outros ambientes, tenham suas vozes ouvidas e vençam casos judiciais.
“Há muito sofrimento (por discriminação ao cabelo) e precisamos levar isso em conta”, disse Serva à Reuters.
O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado para se tornar lei.
Serva citou um estudo de 2023 da marca de shampoo da Unilever, Dove, e do Linkedin que mostrou que duas em cada três mulheres nos Estados Unidos mudavam o cabelo para entrevistas de emprego e que era 2,5 vezes mais provável que o cabelo de mulheres negras fosse percebido como não profissional.
O projeto de lei, que busca proibir todas as discriminações contra textura ou cortes de cabelo, também protegerá mulheres loiras de discriminação sexista, disse Serva.
Ele acrescenta discriminação por cabelo a leis existentes antidiscriminação.
Nas ruas de Paris, várias mulheres negras disseram à Reuters que estavam satisfeitas com o projeto de lei.
Mas nem todos apoiam a proposta na França, que se orgulha de uma cultura de universalismo que afirma que todas as pessoas são iguais e que não permite cotas étnicas, ou mesmo o recolhimento de dados baseados na etnia.