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Ibovespa: veja os 8 destaques do fechamento de hoje; Azul cai 6,9% 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,41%, a 128.053,74 pontos

por Reuters
3 min leitura
Avião da Azul

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira, após um dado de inflação nos Estados Unidos mover para setembro as apostas de um primeiro corte de juros pelo Federal Reserve, enquanto Petrobrás (PETR3PETR4) figurou entre as poucas altas do dia, após a estatal anunciar descoberta de petróleo na Margem Equatorial e com notícias de que o CEO, Jean Paul Prates, deve continuar no cargo.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,41%, a 128.053,74 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.871,64 pontos. Na mínima, a 127.731,77 pontos. O volume financeiro somou 23,4 bilhões de reais.

De acordo com o chefe da EQI Research, Luís Moran, o mercado brasileiro refletiu um ajuste de preços conforme as apostas de um primeiro corte de juros nos EUA se moveram rapidamente em direção a setembro, uma vez que os dados corroboram a visão de que os juros ficarão mais altos por mais tempo.

“A inflação está mais resistente do que o mercado estava esperando originalmente e, portanto, talvez o Fed não corte os juros tão cedo”, afirmou.

Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters, porém, previam alta de 0,3%.

(Imagem: Freepik/ @ wirestock)
(Imagem: Freepik/ @ wirestock)

Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, o dado provavelmente demandará uma recalibragem do discurso do Fed de que tudo estava indo conforme o esperado. “A resposta dos mercados foi imediata, reduzindo ainda mais as suas previsões de cortes de juros pelo Fed neste ano”, observou.

Após a divulgação, os juros futuros norte-americanos passaram a precificar que o Fed deve realizar um primeiro corte de 0,25 ponto percentual em sua reunião de 17 e 18 de setembro, levando a taxa para uma faixa de 5% a 5,25%, com apenas mais um corte provável até o final do ano.

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Tanto operadores quanto analistas esperavam, até esta manhã, três cortes este ano, um cenário presente nas projeções divulgadas pelo Fed no mês passado.

À tarde, o Fed divulgou a ata da reunião de política monetária de março, que mostrou as autoridades do BC norte-americano preocupadas com a chance de o progresso da inflação ter estagnado e ser necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar a inflação.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedeu 0,95%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA avançava a 4,5476% no final do dia, de 4,366% na véspera. Na máxima, chegou a 4,568%.

(Imagem: Reprodução/REUTERS/Mike Segar)
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Mike Segar)

Os preços ao consumidor também foram destaque na agenda macroeconômica doméstica, mas, diferentemente dos EUA, o IPCA desacelerou com força em março, mostrando alta de 0,16%, menor do que o previsto por economistas. A taxa em 12 meses ficou abaixo de 4% pela primeira vez desde julho de 2023.

A alta nos retornos dos Treasuries, contudo, frustrou um efeito mais positivo do IPCA nas taxas dos contratos de DI, o que pesou em papéis sensíveis a juros, com índices como o do setor de consumo encerrando com declínio de 2,4%, enquanto o do setor imobiliário cedeu 2,52%.

Destaques

Petrobrás (PETR4) avançou 2,22%, a 39,59 reais, um dia após anunciar que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, próximo à fronteira entre os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, na Margem Equatorial brasileira.

Investidores também continuam na expectativa de desfechos envolvendo a presidência da estatal e a distribuição de dividendos extraordinários retidos em março pela empresa.

Fontes afirmaram à Reuters que o CEO da companhia, Jean Paul Prates, deve continuar no cargo, já que a pressão para demiti-lo diminuiu.

No exterior, barril de petróleo Brent encerrou com acréscimo 1,19%.

Vale (VALE3) caiu 1,52%, a 61,60 reais, sucumbindo ao movimento de maior aversão a risco desencadeado pelos dados dos EUA, apesar da alta dos preços futuros do minério de ferro na China pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira.

O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,43%, a 813,5 iuans (112,48 dólares) a tonelada, depois de subir mais de 5% na terça-feira.

Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 2,11%, a 32,86 reais, e Bradesco (BBDC4) recuou 2,11%, a 14,40 reais, também pressionados pelo movimento vendedor generalizado na bolsa paulista.

Azul (AZUL4) fechou negociada em baixa de 6,93%, a 12,76 reais, com papéis sensíveis a juros de modo geral no negativo na bolsa com a alta na curva de DI, uma vez que o movimento nos Treasuries ofuscava a alta menor do que a esperada no IPCA de março.

A ação da Azul vinha de quatro altas seguidas, período em que acumulou um ganho de mais de 9%.

3R Petroleum (RRRP3) perdeu 0,48%, a 35,35 reais, após assinar com a Enauta memorando de entendimento para levar adiante uma proposta de fusão entre as petrolíferas revelada no início deste mês.

Enauta (ENAT3), que não faz parte do Ibovespa, subiu 1,88%, a 28,18 reais.

Cyrela (CYRE3) recuou 3,08%, a 23,63 reais, acompanhando o declínio generalizado de papéis sensíveis a juros, mas tendo no radar ainda prévia operacional da construtora no primeiro trimestre, com alta de 39% nas vendas líquidas contratadas ano a ano, para 2,1 bilhões de reais.

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