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Sem orçamento no BC, Campos Neto vê risco para rodar o PIX

"O orçamento foi sendo cortado, cortado, cortado [...] e a gente chega no risco de uma hora pensar em como rodar o PIX", disse o presidente do BC

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, durante o painel Cenário Econômico Brasil na Legend Investimentos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (22) que os cortes no orçamento colocam o projeto do PIX sob risco.

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“O orçamento foi sendo cortado, cortado, cortado e esse ano o nosso orçamento de investimentos foi de R$ 15 milhões. Isso é um quinto do que foi cinco anos atrás. A gente chega no risco de uma alguma hora pensar em como fazer rodar o PIX”, afirmou durante um evento organizado pela Legend Investimentos.

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Segundo ele, é muito difícil fazer inovação sem autonomia financeira e administrativa. “Mas, no caso Brasil, não é nem a autonomia, mas uma modernização”, afirmou.

O presidente do BC avalia uma “boa vontade” do Congresso em relação à PEC da autonomia financeira do BC, citando um bom ambiente para sua aprovação.

“Esse não é um projeto ‘Roberto Campos’. Ele só começa a valer no ano que vem, quando eu não vou estar mais”

Campos Neto disse ainda que precisa esclarecer alguns pontos da PEC para o governo, e argumentou que ela é necessária para que o BC possa caminhar em direção a uma modernização.

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Fiscal

Os riscos fiscais ganharão mais espaço no foco internacional daqui para frente, com investidores de olho na sustentabilidade da dívida tanto no Brasil quanto no resto do mundo, disse o presidente do BC.

Para ele, a realidade fiscal dos países está “descolada” da política monetária em todo o mundo, citando como exemplo EUA, Japão e Europa.

Entre os mercados emergentes, ele afirmou que o Brasil está “um pouquinho pior que a média” na questão das contas públicas e defendeu que é preciso achar soluções privadas para sair dessa crise fiscal, tanto globalmente quanto localmente.

Incertezas sobre a Selic

Campos Neto, voltou a citar piora nas incertezas nesta segunda-feira, afirmando que isso impede a autarquia de oferecer “guidance”, ou uma orientação futura” sobre a política monetária, aos mercados.

Segundo ele, o cenário provável para o BC será conhecido apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece em maio.

“A gente deu essa gradação exatamente para dar mais transparência daqui para frente no que vamos fazer em termos de política monetária. Nós não temos como dar um guidance porque tem muita incerteza”, afirmou.

Nos últimos dias, após comentários do próprio Campos Neto e diante de riscos globais e domésticos, a curva de juros brasileira passou a precificar corte de apenas 0,25 ponto percentual da taxa básica Selic em maio – e não de 0,50 ponto percentual, como vinha indicando o BC em suas comunicações mais recentes.

(Com Reuters)

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