Centenas de milhares de argentinos foram às ruas de Buenos Aires nesta terça-feira em uma marcha anti-governo e contra cortes orçamentários em universidades públicas, no maior protesto até agora relacionado às medidas de austeridade do presidente Javier Milei.
As manifestações são o exemplo mais recente das tensões cada vez maiores envolvendo cortes de gastos que estão ajudando a desfazer um déficit fiscal, mas gerando condições difíceis na economia real.
Nas marchas apoiadas pelos sindicatos na capital e em outros locais, cartazes foram erguidos sob o sol de outono com frases como “Defenda as universidades públicas”, “Estudar é um direito” e “Acima o orçamento, abaixo o plano de Milei”.
“Estou aqui para defender as universidades públicas”, disse Pedro Palm, arquiteto de 82 anos que se formou na prestigiada Universidade de Buenos Aires (UBA), que após ter seu orçamento fatiado alertou recentemente que pode ter que fechar as portas.
Milei, lidando com uma crise econômica herdada após anos de gastos excessivos do governo, está empregando uma “motosserra” de cortes orçamentários que ajudou o Estado a divulgar três meses de superávit fiscal no começo do ano.
Mas os cortes prejudicaram muito o setor público. Universidades públicas da Argentina como a UBA, que oferece cursos de graduação gratuitos, dependem bastante de financiamento do governo.
“Educação é um dos pilares fundamentais da nossa ideologia. Não queremos fechar as universidades”, disse o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, defendendo a posição do governo e pedindo uma marcha pacífica.