O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira que aposta em uma estabilidade do dólar ante o real após a valorização recente da moeda norte-americana no país.
Falando a jornalistas em evento no Rio de Janeiro, Alckmin disse já estar vendo flutuações sem grandes oscilações no câmbio após a alta do dólar na semana passada.
“Nosso câmbio é flutuante e ele está flutuando sem grandes oscilações”, afirmou Alckmin. “Acredito que o câmbio vai se estabilizar. É natural que ele oscile, mas é um câmbio competitivo que está ajudando as exportações.”
Na última semana, o dólar teve uma valorização global após a redução das expectativas de participantes do mercado em relação a cortes de juros pelo Federal Reserve devido a dados fortes de inflação nos Estados Unidos, além das contínuas tensões geopolíticas no Oriente Médio.
No Brasil, a moeda norte-americana atingiu seu maior valor de fechamento ante o real em mais de um ano, aproximando-se do patamar de 5,27 reais. O cenário do câmbio brasileiro também tem sido atribuído a uma maior incerteza em relação ao compromisso fiscal do governo.
Desde então, o dólar tem recuado ante o real. Na quarta-feira, a moeda norte-americana fechou em 5,1492 reais na venda.
Na conversa com jornalistas, Alckmin mostrou confiança de que a taxa básica de juros terá uma nova queda na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), em maio. Ele apontou que a Selic, atualmente em 10,75%, continua elevada no país.
“O juros ainda é alto, mas ele está em ritmo de queda e deveremos ter mais uma queda importante na próxima reunião do Copom”, disse o vice-presidente.
Diante dos panoramas doméstico e externo, especialistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram suas projeções para a taxa Selic neste ano e no próximo. O levantamento mostra que a estimativa para a Selic ao final de 2024 subiu a 9,50%, de 9,13%, enquanto a projeção para 2025 foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%.
Na ata de sua reunião mais recente, o Copom projetou um sétimo corte consecutivo de 0,5 ponto percentual nos juros no encontro de maio, mas retirou a orientação futura de cortes no mesmo valor para suas futuras decisões, argumentando haver ainda incerteza no ambiente externo e na inflação doméstica.