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Taxas futuras de longo prazo sobem após piora da inflação nos EUA

Já as taxas curtas terminaram a sessão em leve baixa

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Freepik/ @ vwalakte)

As taxas dos DIs com prazos mais longos fecharam a quinta-feira em alta no Brasil, acompanhando os rendimentos dos Treasuries após dados de inflação piores que o esperado nos EUA reforçarem as apostas de menos cortes de juros pelo Federal Reserve, a despeito de o PIB norte-americano ter desacelerado no primeiro trimestre.

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Já as taxas curtas terminaram a sessão em leve baixa.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 10,315%, ante 10,343% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,59%, ante 10,619% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,93%, ante 10,925%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,225%, ante 11,192%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 11,64%, ante 11,577%.

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Os investidores começaram o dia à espera da divulgação, pelo Departamento do Comércio, da primeira prévia do Produto Interno Bruto dos EUA para o primeiro trimestre e do índice PCE que acompanha o relatório do PIB, em busca de pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve na política monetária.

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Quando os números saíram, às 9h30 (horário de Brasília), os yields dos Treasuries despencaram em um primeiro momento, com a informação de que o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,6% no primeiro trimestre abaixo dos 2,4% de crescimento projetados por economistas consultados pela Reuters.

Sede do Federal Reserve em Washington (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque/File photo)
Sede do Federal Reserve em Washington (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque/File photo)

No minuto seguinte, no entanto, os yields saltaram para o território positivo e passaram a renovar máximas na sessão, com a curva norte-americana refletindo os números ruins de inflação do relatório do PIB. O núcleo do PCE subiu 3,7% no primeiro trimestre, acima da expectativa de alta de 3,4%.

No Brasil, a curva de juros seguiu o mesmo movimento: a taxa para janeiro de 2029, por exemplo, acelerou os ganhos em sintonia com os Treasuries e atingiu o pico de 11,535% (alta de 15 pontos-base ante o ajuste da sessão anterior) às 10h13, já após os números do PCE.

“Estava todo mundo esperando o dado de atividade, porque com um PIB mais fraco há algum tipo de espaço para se começar a discutir de novo dois cortes de juros (pelo Fed) este ano. Mas quando saiu o dado de preços, ele assustou bastante, porque veio acima“, resumiu a analista Laís Costa, da Empiricus Research.

Segundo ela, a leitura foi de que o Fed deve optar por olhar principalmente para a inflação, o que reforça as apostas de apenas um corte de juros nos EUA este ano.

Além disso, o resultado amplia o interesse para a divulgação do índice PCE mensal na sexta-feira, dado de preferência do Fed para suas decisões de política monetária.

No Brasil, as taxas futuras, após baterem máximas durante a manhã desta quinta-feira com os números norte-americanos, desaceleraram ao longo da tarde, mas ainda assim encerraram com ganhos em especial entre os contratos com prazos mais longos.

(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Na ponta curta as taxas se reaproximaram da estabilidade e encerraram com leves baixas, sustentando as apostas de que o Banco Central do Brasil tende a cortar a taxa básica Selic em apenas 25 pontos-base no encontro de política monetária de maio. Atualmente a Selic está em 10,75% ao ano.

Perto do fechamento, a precificação da curva a termo estava em 95% de probabilidade de corte de 25 pontos-base em maio e 5% para corte de 50 pontos-base.

Em comunicações anteriores, antes da piora do cenário, o BC havia estabelecido um forward guidance de corte de 50 pontos-base no próximo encontro.

A forte influência do exterior sobre os ativos no Brasil deixou em segundo plano nesta quinta-feira o noticiário interno.

O ministério da Fazenda deu detalhes sobre a proposta de regulamentação da reforma tributária, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a definição do relator da matéria deve ocorrer ainda esta semana.

Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento subia 5 pontos-base, a 4,704%.

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