Testes adicionais mostraram que a pasteurização do leite matou o vírus da gripe aviária, disseram nesta sexta-feira autoridades de saúde dos Estados Unidos, enquanto o Colorado se tornou o nono Estado do país a reportar infecção no rebanho.
Parlamentares pediram que o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, aja para impedir que o vírus se espalhe, com testes mostrando que uma a cada cinco amostras de leite comercial nos EUA continha vestígios do vírus, sugerindo que a epidemia está mais disseminada do que se pensava anteriormente.
A Agência de Alimentos e Medicamentos do país (FDA, na sigla em inglês) afirmou nesta sexta-feira que resultados preliminares de testes PCR mostraram que a pasteurização eliminou o vírus no leite e em fórmulas para bebês. A entidade não disse quantos produtos testou, mas acrescentou que pretende testar mais 297 produtos de 38 Estados norte-americanos.
Risco da gripe aviária
Um trabalhador rural do Texas foi confirmado com a gripe aviária e teve conjuntivite por causa da exposição ao gado leiteiro. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram nesta sexta-feira que o risco para o público é baixo, mas alto para os que estão expostos aos animais infectados.
Além do Colorado, infecções no gado leiteiro foram confirmadas no Texas, Kansas, Michigan, Ohio, Idaho, Novo México, Carolina do Norte e Dakota do Sul.
“Conter isso antes que se espalhe entre humanos é fundamental. Com as lições aprendidas depois da Covid, essa resposta federal é insuficiente”, afirmou o senador norte-americano Mitt Romney, em publicação na rede social X.
Alguns parlamentares, incluindo Romney, têm feito um esforço bipartidário para reavivar uma legislação conhecida como Lei de Preparação para Pandemias e Todos os Riscos, que caducou no ano passado e visa reforçar a resposta do país a pandemias e outras ameaças à saúde pública.
O vírus no caso humano é significativamente diferente das amostras do vírus da gripe aviária retiradas de gado infectado que foram divulgadas na semana passada, afirmou o Dr. Michael Worobey, biólogo evolutivo da Universidade do Arizona.
A diferença entre as sequências genéticas do vírus do trabalhador rural e das outras 239 amostras fornecidas indicam que “esta foi uma epidemia generalizada e de longa data”, disse ele à Reuters.