A Fitch Ratings anunciou nesta quinta-feira (2) uma elevação nos ratings de crédito da BRF (BRFS3), subindo de BB para BB+, em moeda estrangeira, com uma perspectiva estável. Esta mudança reflete a confiança da agência na capacidade da empresa de continuar a melhorar seus indicadores de crédito ao longo de 2024.
Johnny da Silva, diretor da Fitch Ratings, explicou que “a melhora na tendência de desalavancagem da BRF é notável, com a alavancagem líquida prevista para cair para menos de 2 vezes em 2024, frente às 3,1 vezes no final de 2023.” Este otimismo é sustentado pela recuperação do Ebitda e pelo fluxo de caixa livre positivo projetado.
Além disso, a Fitch estima que o Ebitda da BRF aumentará significativamente para entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões em 2024. “A forte recuperação do Ebitda é impulsionada por uma combinação de bom desempenho tanto nas divisões brasileiras quanto internacionais e uma gestão eficiente dos custos com alimentação animal,” acrescenta Silva.
Sob a liderança da Marfrig (MRFG3), que agora detém 50% da BRF, a empresa também tem mostrado um comprometimento estratégico significativo, com a Fitch observando que “não há cláusula de inadimplência cruzada e garantias de dívida entre as duas empresas, o que reflete uma governança sólida e independente da BRF dentro do grupo.”
Posicionamento das marcas da BRF
A posição de mercado da BRF é fortalecida por suas marcas bem-estabelecidas, como Sadia, Perdigão e Banvit.
“Estas marcas, aliadas a uma extensa rede de distribuição, permitem à BRF manter uma forte participação de mercado, apesar da concorrência acirrada,” destaca Silva. A diversificação geográfica também é um ponto forte, com metade das vendas destinadas ao mercado externo, o que mitiga riscos como restrições a exportações.
Em relação ao mercado de proteínas, a Fitch mantém uma perspectiva positiva, particularmente para o frango, que é mais acessível em comparação com outras carnes.
“Espera-se que o consumo de carne de frango no Brasil se mantenha estável, com um crescimento robusto das exportações em torno de 3,2% em relação ao ano anterior,” informa Silva.