André comenta: “Navarro, eu gosto e entendo todos os pontos que você defende em relação à educação financeira, mas uma coisa não consigo traduzir: como colocar em prática tantos conceitos quando a renda mensal é baixa, quando ganhamos pouco, como é o caso da maioria dos brasileiros? Como enfrentar isso e ainda assim prosperar? Obrigado”.
Devo dizer que fico muito feliz e orgulhoso por notar que tem aumentado a quantidade de pessoas dispostas a ajustar suas finanças e diminuir (acabar com) suas dívidas; e, sim, é verdade que muitas delas simplesmente não têm de onde tirar recursos financeiros para isso.
Pense sempre nos conceitos de renda extra e renda passiva
A fórmula para realizar ajustes financeiros é relativamente simples: ou você ganha mais ou você gasta menos. Em muitos casos, o melhor é fazer as duas coisas! Desfazer-se de bens pode ser uma saída, mas também é fundamental pensar em fontes de renda extra, um treinamento para o pensamento empreendedor.
Gastar menos nem sempre é possível, principalmente quando se está no limite da renda e/ou quando a família cresce. Além disso, eu não defendo a ideia de que você precisa se privar de tudo. Ora, todos nós precisamos de algum prazer e satisfação na vida, e isso também custa algum dinheiro.
Acredito ser possível fazer uma reforma em nossas finanças sem sacrifícios extremos. Para isso, é desejável que além de cuidar melhor do orçamento, nós consigamos gerar mais renda. Trabalhando orçamento e renda extra, certamente veremos resultados melhores.
Uma pergunta comum que recebo é: “Mas como vou gerar mais renda, se já tenho um emprego que toma muito do meu tempo?”. Alguns ainda incluem neste desafio os grandes deslocamentos para chegar e voltar do trabalho (principalmente nas grandes metrópoles).
O que era diversão virou negócio
Vou contar outra parte da minha história que vai ajudá-lo a olhar tudo isso de forma diferente. Houve um tempo em que eu trabalhava como profissional especializado de uma empresa de tecnologia. Foi naquela época que tomei uma das mais importantes decisões de minha vida: empreender.
Não faço ideia do que teria sido de minha vida se eu tivesse tomado outra decisão, ou seja, se eu tivesse permanecido na “mesmice”. É muito provável que até hoje a minha vida fosse a mesma ou talvez até fosse um pouco melhor (quem sabe alguma posição mais destacada na hierarquia organizacional da empresa, ou algo assim).
O que sei é que eu não teria conseguido chegar onde cheguei em termos de qualidade de vida e geração de renda! Quando eu comecei a desenvolver o Dinheirama, eu fazia isso nas minhas horas vagas, depois do trabalho, muitas vezes tarde da noite, e mais vezes ainda aos fins de semana.
A verdade é que enquanto meus amigos se divertiam, eu trabalhava. Muito! Eu tinha um objetivo bem definido. Eu estava buscando muito mais que uma renda extra. Eu buscava mais qualidade de vida, incluindo a liberdade de tempo e espaço.
Eu queria trabalhar quando e onde desejasse! Sim, eu sei que esta frase soa como um clichê, mas entenda uma coisa: isso é possível desde que você pague o preço! Eu não sou um super-homem, uma pessoa intelectualmente superdotada ou um gênio, longe disso; eu sou uma pessoa dedicada, disciplinada, organizada, estudiosa e que faz planos detalhados sobre os projetos a serem desenvolvidos.
Ninguém nasce pronto (ainda bem!)
O curioso é que algumas dessas características eu precisei aprender a desenvolver – ninguém nasce com elas, e comigo não seria diferente. Se eu consegui, você também consegue, mas lembre-se: há um preço a ser pago!
Preço? Que preço? O pacote inclui, entre outras coisas, abrir mão de seu (pouco) tempo livre para se dedicar a um negócio que tem potencial de gerar uma renda extra. Isso provavelmente será algo temporário, mas é bom preparar-se para um bom tempo vivendo assim se quiser realmente mudar as coisas.
Como assim? Aposto que você sabe fazer muito bem alguma coisa. Ainda que você não seja tão bom quanto gostaria, existem grandes possibilidades de você conhecer bem um determinado assunto. Ora, por que não se desenvolver nele ainda mais, já que se trata de algo que você gosta?
Para encontrar essa “coisa”, pense no que você faz e que te deixa alegre e satisfeito, como os esportes, um hobby, suas leituras prediletas, as coisas que você gosta de consertar, suas habilidades com as emoções, seu conhecimento em culinária, seu cuidado com a saúde, sua habilidade com números, línguas estrangeiras, música, coordenação motora e por aí vai.
Pense na alegria que você também experimenta ao ensinar essa “coisa” para as pessoas que você ama e também para estranhos. Procure ainda lembrar das boas atividades que você desenvolvia quando era criança ou adolescente. Aquelas mesmas “coisas” que te motivavam e que te faziam “viajar” pelo futuro, pensando e sonhando que você queria passar o resto de sua vida naquela experiência.
Pense agora na possibilidade de você utilizar seu “conhecimento” dessa “coisa” para ajudar as pessoas a resolverem problemas que elas possuem nesta área ou mesmo para levá-las a experimentarem mais alegria, satisfação e prazer. Você seria capaz de fazer isso? Isso daria retorno? Claro que sim!
Se você é bom em lidar com a infraestrutura elétrica de uma casa, que tal ensinar às pessoas como fazer isso também e gerar uma renda extra com a venda deste conhecimento ou mesmo prestando serviços neste sentido? De repente você sabe fazer receitas maravilhosas, é conhecida por isso, mas nunca cobrou nada pelos quitutes que produz.
Conclusão
Hoje estamos em plena economia da informação, e a moeda valiosa atualmente é o conhecimento! Aprender a vender o seu conhecimento pode não só gerar uma renda extra, como pode transformar toda a sua vida e fazer nascer uma empresa de grande utilidade às pessoas (e ainda muito lucrativa!). O produto é importante, mas ele não precisa ser algo complicado; ele precisa resolver um problema!
No meu caso, aquilo que era uma renda extra veio a se tornar meu passaporte para vida que sempre sonhei! Ainda tenho muito por realizar, mas já estou bem satisfeito por um dia ter decidido pagar o preço. E uma coisa precisa ficar clara: não existe mágica! O que há é trabalho, dedicação e atitude!
Ah, eu falei muito mais sobre comportamento que finanças, percebeu? Pois é, primeiro a gente muda o modo de pensar, mas sem nunca descuidar do dinheiro. Assim, aproveito a chance para indicar dois excelentes artigos que podem ajudá-lo nessa jornada pela educação financeira:
Desejo sempre muito sucesso em sua vida. Espero que esta leitura tenha sido útil. Use o espaço de comentários abaixo ou as redes sociais (sou o @Navarro no Twitter) para registrar sua opinião. Abraços e até a próxima.
Foto “Sucessful businessman”, Shutterstock.