O começo do ano tinha tudo para ser ótimo para os investidores da bolsa de valores. Os primeiros dias do ano apresentaram excelentes rentabilidades, trazendo consigo uma situação típica (já vivida no ano passado e em 2007): investidores aplicando todas as suas economias e seu dinheiro para tentar ganhar ainda mais dinheiro de forma rápida na BM&F Bovespa. Como mostram os números até agora, suas estratégias foram completamente equivocadas. E assim são e serão em qualquer situação.
O erro de investir pesado apenas nos momentos de alta e quando as notícias eufóricas e otimistas são maioria é bastante comum e representa o simples desejo de maximizar os lucros. O problema está em confiar demais no otimismo apresentado e arriscar-se ao comprometer recursos antes destinados para projetos de curto e médio prazo. Não defendo que a bolsa é uma alternativa somente para o longo prazo, mas confirmo que este deve ser sempre o pensamento do pequeno investidor.
Falar de investimento em ações é algo bastante complicado, já que muitas vezes as decisões saem do campo técnico e esbarram no aspecto emocional. Mas o assunto é muito importante, já que, apesar da queda de 41,2% do Ibovespa no ano passado, o número de registros de investidores pessoas físicas cresceu 17,5% ao longo do ano. Segundo a BM&F Bovespa, o ano encerrou com 536.483 contas de investidores pessoas físicas, ante 456.457 registradas em dezembro de 2007.
Por que erramos tanto ao operar nossos negócios na bolsa? A constatação de um leitor merece destaque: “Quando a economia vai bem, os meios de comunicação exaltam apenas as vantagens de se investir nisso ou naquilo, mas basta o cenário mudar para que todos passem a usar tons mais cautelosos e pessimistas a respeito das mesmas alternativas anteriormente valorizadas. O pequeno investidor fica refém das notícias”.
Ele tem razão, mas trata-se das reações que temos com toda e qualquer área de nossa vida. Só nos lembramos de algum problema quando suas conseqüências passam a afetar nosso cotidiano. Logo, só nos preocupamos com nossa estratégia de investimentos quando começamos a perder dinheiro. Como sempre costumo indicar em meus textos, avaliar e reavaliar seus investimentos devem ser atitudes periódicas.
Repare em outros erros comuns cometidos por pequenos investidores:
Seguir padrões de comportamento. Investir só porque todos estão investindo é uma decisão comum entre muitos amigos meus. Quase sempre, poucos são os que dão uma explicação plausível a decisão de manter em sua carteira as empresas X, Y ou Z. Não raro, a compra de ativos de tais empresas surgiu de uma sugestão da corretora ou de algum familiar. Não se trata de criticar a indicação, mas o ato de segui-lo sem questioná-lo e/ou trabalhar nas suas próprias conclusões.
Confiar apenas em suas análises. Trata-se do tipo oposto ao do item anterior, que é igualmente perigoso. O equilíbrio entre o que você lê e pensa e como sustenta sua estratégia deve ser valorizado, já que permite que você conheça a opinião do mercado, sua possível direção e, ao mesmo tempo, imprima sua forma de atuação para tentar vencê-lo no longo prazo.
Operar demais na tentativa de acertar e ganhar muito. A atitude é comum nas situações em que grande parte dos recursos vitais para o dia-a-dia foi colocada inadvertidamente no mercado de ações. O investidor passa a tentar acertar o “grande negócio” e acaba minando ainda mais seu capital investido – além de pagar caro para sustentar-se em sua vida financeira fora da bolsa.
Envolver sentimentos e emoções. Trata-se do erro clássico. É talvez o erro mais comum em tempos de euforia e/ou crise. Se tudo vai maravilhosamente bem, você já se considera rico dentro de quatro ou cinco anos e se esquece da história e de avaliar suas decisões financeiras. Se vai mal, você faz questão de amaldiçoar economistas, sites e blogs da área e, transtornado, dá lugar aos negócios realizados com mau humor e pessimismo – e perde mais dinheiro. A ganância e o medo podem cegar seus olhos para oportunidades e tornar sua estratégia um mico. Preocupe-se em vencer menos, mas vencer sempre.
Tenho certeza de que você conhece outros erros praticados por investidores influenciados pelos momentos de fúria do mercado (como o atual). Este artigo, no entanto, é apenas um alerta: se você decidiu investir em ações, lembre-se que os ciclos econômicos se repetem e que crises e momentos de euforia alternam-se ao longo da história. Você é o único responsável por suas decisões.
Se você pretende vencer sempre o mercado, sugiro que fique de fora desta alternativa. No entanto, se prefere usar o investimento em ações como forma de poupança para o longo prazo e instrumento de diversificação onde serão aplicados recursos destinados para o futuro, seja bem-vindo. Mas lembre-se: é o balanço entre acertos e erros que vai defini-lo como um investidor de sucesso, não o seu número absoluto de vitórias ou derrotas.
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