Israel pretende ampliar sua operação militar em Rafah, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, nesta segunda-feira, a um assessor sênior do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tem alertado contra uma ação de grande porte na cidade do sul de Gaza que pode causar vítimas civis em massa.
Israel descreve Rafah, que fica ao lado da fronteira da Faixa de Gaza com o Sinai egípcio, como o último reduto do Hamas, cujas capacidades de governo e de combate o país vem tentando desmantelar durante a guerra de mais de sete meses.
Após semanas de divergências públicas com Washington sobre o planejamento de Rafah, Israel, em 6 de maio, ordenou que os civis palestinos saíssem de partes da cidade e iniciou incursões de tropas e tanques.
“Estamos comprometidos em ampliar a operação terrestre em Rafah com o objetivo de desmantelar o Hamas e recuperar os reféns”, disse Gallant ao assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, segundo comunicado do gabinete de Gallant.
Israel acredita que dezenas de reféns do ataque do Hamas na fronteira em 7 de outubro estão sendo mantidos em Rafah.
As potências ocidentais e o Egito expressaram preocupação com o destino de centenas de milhares de palestinos deslocados que estão abrigados lá, apesar das garantias israelenses sobre as salvaguardas humanitárias.
A agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, disse na segunda-feira que estima que 810.000 pessoas fugiram de Rafah desde 6 de maio – potencialmente mais da metade da população da cidade em tempos de guerra.
Não houve comentário imediato dos EUA sobre as conversas com Gallant.
A nota do gabinete de Gallant informa que ele “apresentou ao assessor (de segurança nacional) Sullivan as provisões que Israel implementou para retirar a população da área de Rafah e para estabelecer a resposta humanitária apropriada”.
Israel diz que suas forças em Rafah descobriram dezenas de túneis do Sinai, um possível constrangimento para o Cairo.
O serviço de informações do Estado egípcio já havia descartado as especulações sobre o contrabando transfronteiriço para Gaza como “mentiras”.