A Alternativa para a Alemanha, de extrema direita, obteve ganhos sólidos e ficou em segundo lugar nas eleições europeias de domingo, de acordo com as primeiras pesquisas de boca de urna, um resultado que, se confirmado, ressaltaria a resiliência do partido antes das eleições federais do próximo ano.
A previsão surge num momento em que o panorama partidário da Alemanha sofre a sua maior reviravolta em décadas, com novos partidos populistas competindo para ocupar o espaço desocupado pelos partidos tradicionais, cada vez mais encolhidos, que dominam desde a reunificação em 1990.
A AfD obteve um recorde de 16,5% dos votos no domingo, de acordo com uma pesquisa de saída publicada pela emissora estatal ARD – menos do que os 22% que obteve em fevereiro, mas ainda 5,5 pontos percentuais a mais do que nas últimas eleições da UE em 2019 e mais do que os três partidos da coligação do chanceler Olaf Scholz.
Os resultados vieram em linha com uma esperada mudança mais ampla para a direita no Parlamento Europeu em todo o bloco de 450 milhões de cidadãos.
A AfD aproveitou as frustrações com a coligação de Scholz, cujo apoio diminuiu desde que tomou posse no final de 2021, à medida que enfrenta múltiplos desafios da guerra na Ucrânia e dos serviços estatais sobrecarregados pelo aumento da migração até uma crise de custo de vida.