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Cooabriel exporta café do Egito, focando no Oriente Médio

O fato de acessarmos esse público mostra que está havendo uma mudança no padrão de consumo

por Reuters
3 min leitura
Frutos de café (Imagem: REUTERS/Oswaldo Rivas)

A Cooabriel, maior cooperativa de produtores de café conilon do Brasil, realizou uma inédita exportação direta do produto ao Egito, em uma operação sem tradings intermediárias à medida que busca reforçar seus negócios com maior margem e garantir melhores ganhos aos cooperados.

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A cooperativa com sede no Espírito Santo afirmou à Reuters que os embarques efetivados em maio envolveram 18 contêineres, somando mais de 5.700 sacas de 60 kg.

A exportação da Cooabriel sozinha representa pouco mais da metade de todo o volume exportado pelo Brasil ao Egito no mesmo mês do ano passado (8.320 sacas), segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).

Os embarques ocorrem ainda em meio à maior demanda global pelos cafés dessa variedade do Brasil, uma vez que há uma menor oferta de países como Vietnã e Indonésia, tradicionais exportadores de grãos robusta.

No ano passado, ao todo, as exportações diretas da Cooabriel para diversos destinos atingiram 152 mil sacas, alta de 28% ante 2022 a cooperativa também tem seu café exportado via tradings.

A Cooabriel ressaltou que os embarques ao Egito sinalizam também maior demanda em mercados menos tradicionais, incluindo países do Oriente Médio.

Assim como acontece em outros países árabes, a nação africana traz consigo heranças culturais que se traduzem em algumas particularidades no consumo do café, incluindo o uso de especiarias como a canela e o cardamomo, destacou a Cooabriel.

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“O mercado árabe de forma geral tem uma maneira de tomar café que é diferente do hábito brasileiro. O fato de acessarmos esse público mostra que está havendo uma mudança no padrão de consumo”, avaliou a gerente de exportação e sustentabilidade da Cooabriel, Renata Vaz.

Ela observou também que o café tem substituído bebidas como o chá. Isso faz com que o Egito seja visto como um mercado consumidor em franca expansão.

Segundo Vaz, “alcançar essas novas fronteiras demonstra que o conilon possui um padrão de bebida que pode ser aceito nos mais diversos mercados”.

As exportações brasileiras são formadas em sua maioria pelas exportações de café arábica, mais suave que o conilon ou o robusta.

Mas de olho no crescente mercado do conilon a Cooabriel iniciou um projeto de internacionalização em 2020, o que inclui processos para melhoria da qualidade do produto.

Na avaliação do presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello, a evolução na qualidade do conilon, aliada ao trabalho de divulgação da variedade no exterior, contribuem para a expansão da área de atuação.

“O propósito da cooperativa é continuar incentivando o aprimoramento dos processos produtivos e a melhoria contínua da qualidade”, destacou ele.

Segundo Bastianello, na medida em que mercados com valores diferenciados são alcançados, a cooperativa pode repassar essa remuneração aos cooperados.

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