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Para onde vai o dólar? Tempestade perfeita leva moeda a R$ 5,43

Sem uma significativa melhora do cenário fiscal, o dólar voltará dificilmente a negociar próximo aos níveis de R$ 5, avaliam economistas

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Dólar Brasil
Dólar Brasil
(Imagem: Leonardo.Ai/ @dinheirama)

O dólar (USDBRL) encerrou o dia cotado a R$ 5,4339, registrando alta de 0,22% nesta terça-feira (18) e atingindo seu maior valor desde janeiro. Esse cenário reflete uma combinação de fatores internacionais e domésticos que afetam a moeda brasileira.

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Os economistas do BTG Pactual, Álvaro Frasson, Arthur Mota e Victor do Amaral Brasil, apontam que o fortalecimento do dólar global e a incerteza fiscal no Brasil são as principais causas da desvalorização do real.

“A falta de sinalizações fiscais claras contribui para a deterioração da percepção de risco doméstico”, afirmam em um relatório divulgado a clientes hoje.

A expectativa de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed) foi adiada, reforçando o suporte ao dólar. Segundo os economistas do BTG, “a economia americana continua crescendo mais que seus pares desenvolvidos, o que mantém o dólar forte”.

Projeções mensais para o dólar (R$)

Fonte: BTG Pactual

Metas fiscais

No Brasil, a trajetória das contas públicas e o aumento da carga tributária têm afetado negativamente o real.

“Desde o anúncio do afrouxamento das metas fiscais, houve uma piora na percepção do risco doméstico”, explica o time do BTG.

O cenário internacional também exerce pressão. Fatores geopolíticos e eleições em países desenvolvidos aumentam o risco fiscal, especialmente na Europa.

“Continuamos prevendo que o índice dólar (DXY) seguirá próximo de 106 pontos no final do ano”, destaca Mota.

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Apesar da melhora na dinâmica inflacionária americana, o BTG Pactual prevê que o Fed manterá uma postura cautelosa quanto aos cortes de juros, com uma possível mudança no ciclo monetário apenas em setembro.

“Até lá, o dólar deve continuar forte”, complementa o banco.

Dólar com piso de R$ 5

No Brasil, a expectativa é de que a taxa de câmbio permaneça acima de R$ 5,20 ao final de 2024. “Dos 50 cenários traçados, apenas em 5 a taxa de câmbio se encontra abaixo de R$ 5,00”, afirma do Amaral Brasil.

A projeção do BTG Pactual indica que a taxa de câmbio permaneça acima desse valor.

“Sem uma significativa melhora do cenário fiscal prospectivo, o real voltará dificilmente a negociar próximo aos níveis de R$ 5,00 por dólar”, conclui Frasson.

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