O integrante do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) Klaas Knot apoiou as expectativas do mercado de mais um ou dois cortes nas taxas de juros este ano, já que a inflação parece estar se aproximando da meta de 2% do BCE.
O BCE começou a desfazer sua série mais acentuada de aumentos de taxas no início deste mês, mas deixou opções em aberto quanto ao que faria em seguida, também à luz dos dados de inflação e salários mais fortes do que o esperado nas últimas semanas.
Knot enfatizou que a inflação ainda deve atingir a meta do BCE no próximo ano, mesmo que o caminho para 2% provavelmente seja acidentado e a inflação de serviços permaneça alta.
“Podemos continuar a tirar o pé do freio de forma lenta, mas segura”, disse Knot, presidente do banco central da Holanda, em um evento em Milão.
“Pode-se dizer que o placar está um a zero — assumimos a liderança”, disse ele em um discurso repleto de referências ao futebol.
Knot disse que os cortes de “pouco menos de três” precificados pelos mercados financeiros para 2024 estão “amplamente alinhados” com a trajetória ideal da política calculada pela equipe de seu banco central.
Ele reafirmou sua preferência por mudar a política quando o BCE recebe projeções atualizadas da equipe — ou seja, em setembro, dezembro, março e junho.
Knot disse que, no futuro, o BCE deveria “analisar os pequenos desvios” de sua meta de inflação, mas somente “enquanto respondermos de forma especialmente enérgica aos desvios maiores”.
Ele também propôs a publicação de “cenários ou faixas de confiança” em torno das projeções do BCE para delinear “diferentes narrativas sobre a evolução da economia da zona do euro”.
“Isso exigiria a atribuição de alguma probabilidade aos cenários alternativos de inflação ao tomar decisões de política monetária”, disse Knot, o membro mais antigo do Conselho do BCE.