Analistas do Bradesco BBI revisaram seu modelo de valuation para a Azul (AZUL4) e reduziram o preço-alvo das ações em 28%, para 29 reais, a fim de refletir o cenário atual de um real mais fraco e preços mais elevados do petróleo, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.
Victor Mizusaki e equipe chamaram a atenção para a queda de mais de 50% dos papéis no ano, contra um declínio ao redor de 10% do Ibovespa, acrescentando que as ações precificam uma taxa de câmbio de 6,50 reais por dólar — o que eles avaliam que “parece irrealista” dadas as projeções no mercado.
Eles rodaram um teste de estresse e afirmaram que o mesmo sugere que a Azul tem caixa suficiente para absorver uma taxa de câmbio de cerca de 6 reais até 2026, todo o resto constante.
Também estimaram que para cada desvalorização de 10% do real, a Azul precisa aumentar as tarifas aéreas em 4% para que o fluxo de caixa atinja o ponto de equilíbrio. Também calculam que a projeção de consenso para o Ebitda para 2025 está 25% acima do fluxo de caixa de equilíbrio.
De acordo com os analistas, as negociações entre Azul e Grupo Abra, holding controladora da Gol, continuam evoluindo mesmo que o preço das ações diga o contrário.
“Esperamos que as empresas anunciem os termos do negócio no segundo semestre de 2024 e que as sinergias de M&A possam atingir 10,2 bilhões de reais em valor presente líquido, ou 10 reais por ação da Azul pós-diluição”, acrescentaram Mizusaki e equipe, que têm recomendação “outperform” para os papéis.
No final de maio, a Azul disse que estava mantendo conversas independentes com a Abra para “explorar eventuais oportunidades”, mas que não havia ainda nenhum negócio firmado entre as empresas, além de acordo de codeshare anunciado alguns dias antes.
No caso das ações da Gol (GOLL4), que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, os analistas do Bradesco BBI cortaram o preço-alvo em 10%, para 0,90 real.
Na última sexta-feira, Azul PN fechou a 7,68 reais e Gol encerrou a 1,02 real.