O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai para um debate crucial contra seu rival republicano Donald Trump nesta semana armado com novas políticas de imigração e de fronteira, que seus apoiadores esperam que melhorem sua posição entre eleitores céticos.
Biden anunciou duas importantes medidas neste mês que buscam enfrentar os desafios da imigração: uma proibição de asilo para reduzir as travessias ilegais na fronteira entre os EUA e o México e uma ampla legalização de status para residentes de longa data casados com cidadãos norte-americanos.
As duas políticas uma com o objetivo de afastar novos imigrantes e a outra focada na legalização de centenas de milhares que já estão aqui ilustram o dilema político que Biden tem percorrido ao buscar outro mandato na Casa Branca.
Um número recorde de imigrantes foi pego cruzando ilegalmente a fronteira entre os EUA e o México durante a presidência de Biden e a imigração surgiu como uma das principais preocupações dos eleitores antes da eleição de 5 de novembro.
Biden tem endurecido sua abordagem em relação à supervisão da fronteira diante das críticas de Trump, que adotou políticas radicais em sua presidência e tem prometido uma ampla repressão à imigração se for reeleito.
Em relação à política de imigração, os eleitores registrados preferem Trump a Biden por uma margem de 17 pontos percentuais, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em meados de maio.
O assunto certamente será destaque quando os dois candidatos se enfrentarem em um debate na quinta-feira em Atlanta.
No início deste ano, Biden pressionou o Congresso a aprovar um projeto de lei bipartidário de segurança na fronteira, mas os republicanos rejeitaram o esforço em fevereiro, depois que Trump se manifestou contra o projeto.
Ele lançou uma nova política em 4 de junho que impede a maioria dos imigrantes ilegais de pedir asilo, dizendo que a ação é necessária para reduzir a imigração ilegal na ausência de legislação.
O número de imigrantes pegos na travessia ilegal caiu nas últimas semanas, embora as autoridades digam que é cedo para avaliar se a tendência irá continuar.
Biden também ofereceu um caminho para a cidadania a cerca de 500.000 cônjuges de cidadãos norte-americanos, a maioria dos quais residentes de longa data vindos do México.
Pesquisas de opinião, incluindo uma do grupo de defesa Immigration Hub, mostraram que uma medida para legalizar os cônjuges de cidadãos dos EUA tinha forte apoio entre os eleitores, especialmente os latinos.
A porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, criticou na semana passada o novo programa de Biden e apontou o apoio dos eleitores às deportações.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em maio revelou que mais da metade dos eleitores dos EUA apoia as deportações da maioria ou de todos os imigrantes ilegais nos EUA.