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A “vibe” está pesada na Faria Lima: o que fazer com suas ações?

O mercado brasileiro de ações enfrenta dúvidas quanto às projeções econômicas, que remetem aos períodos críticos de 2015 e 2022

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados Ações Tensão Faria Lima
Mercados Ações Tensão Faria Lima
“Embora a ‘vibe’ na Faria Lima esteja pesada, existem oportunidades para investimentos estratégicos”, dizem os analistas do BTG Pactual (Imagem: ChatGPT/ Dinheirama)

O clima na Faria Lima, considerado o coração financeiro de São Paulo, está tenso, segundo um relatório do BTG Pactual publicado nesta segunda-feira (24), assinado pelos analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Thiago Paura e Bruno Lima.

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O documento revela que o mercado financeiro brasileiro enfrenta dúvidas significativas quanto às projeções econômicas, que remetem aos períodos críticos de 2015 e 2022. “A economia, de modo geral, tem surpreendido positivamente nos últimos anos, mas o humor dos investidores não poderia ser pior”, destacam os analistas.

As semelhanças com 2015 são notáveis. Naquele ano, a economia brasileira sofreu uma forte desaceleração após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, com o PIB encolhendo 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016.

“Os mercados brasileiros corrigiram fortemente, e agora, os fundos de ações e macro estão apresentando desempenho inferior aos seus benchmarks, aumentando a frustração dos investidores”, apontam Rosman, Buchpiguel, Paura e Lima.

Já em 2022, a economia enfrentou ajustes fiscais e monetários, que embora necessários, trouxeram transições dolorosas. “As taxas estavam subindo e algumas bolhas pandêmicas estavam se normalizando, um cenário que parece estar se repetindo agora.”

“Embora a ‘vibe’ na Faria Lima esteja pesada, existem oportunidades para investimentos estratégicos que podem gerar retornos significativos”, concluem Rosman, Buchpiguel, Paura e Lima.

A análise sugere que, apesar da incerteza, há espaço para otimismo cauteloso.

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Ações em atenção

O relatório do BTG Pactual lista várias ações que merecem atenção no atual cenário econômico. Entre elas, as ações do Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3) e Porto Seguro (PSSA3).

“Essas ações são consideradas de ‘short duration’, com múltiplos baratos e negócios simples de prever, características que as tornam relativamente seguras”, explicam os analistas.

Além disso, o setor de pagamentos também foi analisado, destacando as empresas PagSeguro (PAGS; PAGS34) e Stone (STNE; STOC31).

“Ambas as empresas são baratas em termos de valuation e apresentam crescimento dos lucros, apesar das dúvidas do mercado quanto ao seu futuro”, afirmam Rosman, Buchpiguel, Paura e Lima. No entanto, o desinteresse de investidores estrangeiros força muitos locais a encerrar posições com prejuízo.

Setor financeiro

No setor financeiro, o Banco Inter (INTR; INBR32) foi mencionado como uma ação com forte momentum de lucros e clara melhoria no retorno sobre o patrimônio (ROE).

“O Inter está protegido por um tema forte, com muitos bancos digitais ao redor do mundo atingindo a rentabilidade, provando que o modelo de negócio funciona”, dizem os analistas.

A XP Inc. (XP; XPBR31), por outro lado, enfrenta desafios devido à falta de momentum de lucros e um negócio considerado complexo. “Embora a XP não seja cara, ela enfrenta competição e desafios internos que dificultam sua performance.”

Refúgio com ações premium

Os analistas também destacaram o interesse contínuo em ações “premium” como Itaú, Nubank (NU; ROXO34) e o próprio BTG Pactual (BPAC11).

“Essas ações permanecem favoritas entre os investidores devido à sua sólida performance e perspectiva de crescimento”, afirmam Rosman, Buchpiguel, Paura e Lima.

O Nubank, em particular, impressionou com seus resultados, apesar de alguns investidores terem reduzido suas posições após o forte desempenho no ano.

O relatório também menciona o desempenho das ações do setor de adquirência, como PagSeguro e Stone, que têm atraído atenção por seu potencial de crescimento e valuations atrativos. “Apesar do setor ser complexo, as tendências de ROE e fluxo de caixa são positivas, justificando a atratividade dessas ações”, explicam os analistas.

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