Após atingir o maior valor em dois anos e meio, o dólar (USDBRL) à vista abriu o dia em leve baixa no Brasil, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante a maior parte das divisas no exterior.
Investidores também avaliavam o Relatório de Inflação do Banco Central, que trouxe uma melhora na projeção de crescimento do PIB em 2024, mas uma piora na expectativa de déficit em transações correntes. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, falará sobre o relatório no fim da manhã.
Às 9h17, o dólar à vista caía 0,27%, a 5,5042 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,24%, aos 5,5155 reais.
No exterior, o dólar tem viés negativo com investidores de olho na divulgação de dados de auxílio-desemprego e Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos, previstos para as 9h30. Os resultados podem provocar ajustes na curva de juros norte-americana, que oscila perto da estabilidade nesta manhã, e dar um rumo mais firme para o dólar.
No Brasil o BC informou, por meio do Relatório de Inflação, que sua projeção para o PIB este ano passou de 1,9% para 2,3% — ainda abaixo dos 2,5% estimados pelo Ministério da Fazenda.
O relatório mostrou ainda que a projeção do BC para o déficit em transações correntes do Brasil em 2024 passou de 48 bilhões para 53 bilhões de dólares. Ao mesmo tempo, o BC reduziu de 70 bilhões para 65 bilhões de dólares a projeção de Investimentos Diretos no País (IDP). Assim, apesar da piora nas expectativas, o IDP segue cobrindo o déficit em transações projetado.
Às 11h Campos Neto e o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, concedem entrevista coletiva em São Paulo sobre o relatório. Antes disso, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado “Conselhão”.
Na quarta-feira o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,5191 reais na venda, em alta de 1,18%, no maior valor de fechamento desde 18 de janeiro de 2022, quando foi cotado a 5,5608 reais.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.