A indústria brasileira conseguiu alavancar a produção em junho com a recuperação dos pedidos em atraso, enquanto poderia já ter apresentado os sinais das condições econômicas ruins, enchentes, e do dólar alto em relação ao real, mostra o S&P Global Brasil PMI divulgado nesta segunda-feira (1).
Com isso, o índice acelerou de 52,1 em maio para 52,5 em junho. Os dados foram coletados entre 12 e 21 de junho 2024.
Setor industrial
“As empresas procuraram proteger as margens aumentando consideravelmente os preços de venda e tentaram conter as despesas restringindo as compras de insumos e a criação de empregos”, disse Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence.
Outro obstáculo encontrado pelos participantes da pesquisa incluiu uma intensificação das pressões sobre os custos, com o dólar alto e as perdas de safras. As taxas de inflação dos custos de insumos e preços de bens finais atingiram as maiores altas em 23 meses.
Os entrevistados citaram aumento de preços de vários itens, como café, algodão, laticínios, tecidos, arroz, trigo e aço, entre outros.
Uma deterioração mais acelerada nos prazos de entrega dos fornecedores, que é invertida antes de entrar no cálculo do PMI, também contribuiu para aumentar o valor principal. A melhoria mais recente na saúde do setor foi sólida pelos padrões históricos.
“O real brasileiro registrou a maior desvalorização em relação ao dólar americano em dois anos (em 21 de junho), um fator-chave que contribuiu para aumentar as pressões sobre os preços no setor industrial. A pesquisa PMI mostrou que a inflação dos custos, que atingiu o nível mais alto desde meados de 2022, restringiu o crescimento das vendas e da produção em junho”, disse Lima.
Veja o PMI da indústria