Em maio de 2024, a produção industrial nacional recuou 0,9% na comparação com abril, na série com ajuste sazonal, a segunda taxa negativa consecutiva, período em que acumulou perda de 1,7%.
O mercado estimava uma queda maior em maio, de -1,7%.
A média móvel trimestral teve variação negativa de 0,2% no trimestre encerrado em maio de 2024 frente ao nível do mês anterior.
Em relação a maio de 2023, a indústria recuou 1,0%, após avançar 8,4% em abril. Com isso, o setor industrial cresceu 2,5% nos cinco primeiros meses de 2024. No acumulado nos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,3%, reduzindo a intensidade no ritmo de crescimento em relação ao resultado do mês anterior.
O setor industrial, ao mostrar redução de 0,9% em maio de 2024 na comparação com o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, marcou o segundo mês seguido de queda na produção e eliminou o ganho de 1,1% acumulado nos meses de março e de fevereiro de 2024. No índice desse mês, diferentemente do que havia sido observado no mês anterior, verifica-se predomínio de taxas negativas, uma vez que as quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram recuo na produção.
Vale destacar que, com esses resultados, a produção industrial se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Veículos e produtos alimentícios têm as maiores influências negativas
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%), com a primeira eliminando parte do avanço de 13,8% verificado no mês anterior; e a última marcando o segundo mês seguido de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,7%.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos químicos (-2,5%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), de produtos do fumo (-28,2%), de metalurgia (-2,8%), de máquinas e equipamentos (-3,5%), de impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e de produtos diversos (-8,5%).
Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram expansão na produção, indústrias extrativas (2,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%) exerceram os principais impactos em maio de 2024, com a primeira eliminando parte do recuo de 3,2% registrado em abril último; e a segunda interrompendo cinco meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,2%.
Todas as grandes categorias econômicas ficam no campo negativo
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (-5,7%) e bens de capital (-2,7%) assinalaram as taxas negativas mais elevadas em maio de 2024, com ambas revertendo os avanços registrados no mês anterior: 4,5% e 2,9%, respectivamente.
Os setores produtores de bens intermediários (-0,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também apontaram queda na produção nesse mês, com o primeiro acumulando perda de 2,1% em dois meses consecutivos de recuo; e o segundo interrompendo três meses seguidos de expansão, período em que acumulou ganho de 1,8%.
Média móvel trimestral varia -0,2% em maio de 2024
Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral para o total da indústria variou -0,2% no trimestre encerrado em maio de 2024 em relação ao nível do mês anterior, interrompendo, dessa forma, a trajetória predominantemente ascendente iniciada em fevereiro de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os bens de consumo duráveis (-1,8%) assinalaram o resultado negativo mais elevado em maio de 2024 e interromperam a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2023.
Os segmentos de bens intermediários (-0,4%) e de bens de capital (-0,2%) também mostraram recuo nesse mês, com o primeiro marcando o quarto mês seguido de queda, período em que acumulou perda de 2,3%; e o segundo interrompendo a trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2023.
Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, ao avançar 0,3%, assinalou o único resultado positivo em maio de 2024 e apontou o quarto mês seguido de crescimento, período em que acumulou ganho de 1,4%.
Indústria recua 1,0% em relação a maio de 2023
Na comparação com maio de 2023, o setor industrial assinalou recuo de 1,0% em maio de 2024, com resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que maio de 2024 (21 dias) teve 1 dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22).
Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,0%), máquinas e equipamentos (-8,9%), metalurgia (-5,6%) e produtos químicos (-3,6%).
Vale destacar também as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de produtos do fumo (-22,9%), de produtos diversos (-11,5%) e de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-6,9%).
Por outro lado, ainda na comparação com maio de 2023, entre as 11 atividades que apontaram expansão na produção, produtos alimentícios (1,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,4%) e celulose, papel e produtos de papel (5,5%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria. Outros impactos positivos importantes foram assinalados pelos setores de produtos de borracha e de material plástico (4,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (5,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,9%), de outros equipamentos de transporte (9,0%) e de móveis (7,1%).
Em relação a maio de 2023, duas categorias econômicas têm taxas negativas
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com maio de 2023, bens de consumo duráveis (-10,6%) assinalou, em maio de 2024, a redução mais acentuada entre as grandes categorias econômicas.
O segmento de bens intermediários (-2,2%) também mostrou queda na produção nesse mês. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (2,6%) e de bens de capital (3,1%) registraram as taxas positivas em maio de 2024.
O setor produtor de bens de consumo duráveis recuou 10,6% em maio de 2024 frente a igual período do ano anterior e assinalou a taxa negativa mais elevada desde abril de 2022 (-14,0%). Nesse mês, o setor foi pressionado, em grande medida, pela redução na fabricação de automóveis (-30,6%). Por outro lado, os principais impactos positivos vieram dos grupamentos de eletrodomésticos da “linha branca” (16,6%) e de outros eletrodomésticos (24,8%). Vale destacar também os avanços registrados por motocicletas (4,2%) e eletrodomésticos da “linha marrom” (2,0%).
A produção de bens intermediários mostrou redução de 2,2% em maio de 2024 frente a igual período do ano anterior e marcou a queda mais intensa desde abril de 2023 (-2,9%).
O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos recuos nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,5%), de produtos químicos (-6,1%), de metalurgia (-5,6%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,9%), de produtos alimentícios (-2,4%), de máquinas e equipamentos (-9,1%), de produtos de minerais não metálicos (-1,1%) e de indústrias extrativas (-0,2%), enquanto as pressões positivas foram registradas por celulose, papel e produtos de papel (6,8%), produtos de borracha e de material plástico (4,6%), produtos têxteis (1,6%) e produtos de metal (0,4%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis avançou 2,6% em maio de 2024, segunda taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, mas com intensidade menor do que a verificada em abril último (11,5%).
O desempenho positivo nesse mês foi explicado pelo crescimento registrado em todos os grupamentos, com destaque para alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,2%), não duráveis (3,9%) e carburantes (2,0%).
Por fim, o setor produtor de bens de capital mostrou expansão de 3,1% em maio de 2024 frente a igual período do ano anterior e marcou o segundo mês seguido de crescimento na produção, mas com intensidade menor do que a observada no mês anterior (24,6%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, principalmente, pelo avanço observado no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (15,8%).
No acumulado do ano, indústria avança 2,5%
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, em relação a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou avanço de 2,5%, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 19 dos 25 ramos, 50 dos 80 grupos e 55,3% dos 789 produtos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).
Vale destacar também os impactos positivos registrados pelos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,9%), de celulose, papel e produtos de papel (4,4%), de produtos de borracha e de material plástico (4,3%), de outros equipamentos de transporte (11,9%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,6%), de bebidas (4,1%) e de produtos de madeira (9,0%).
Por outro lado, ainda na comparação com janeiro-maio de 2023, entre as seis atividades que apontaram redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,9%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pela menor produção de medicamentos. Outras contribuições negativas importantes foram registradas pelas atividades de máquinas e equipamentos (-2,8%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-4,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os cinco primeiros meses de 2024 mostrou maior dinamismo para bens de capital (4,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (3,8%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção de bens de capital para equipamentos de transporte (12,1%), na primeira; e de óleos brutos de petróleo e óleo diesel, na segunda. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (2,8%) e de bens intermediários (2,0%) também apontaram resultados positivos no índice acumulado no ano, com o primeiro registrando avanço mais intenso do que o verificado na média da indústria (2,5%); e o último mostrando o crescimento menos acentuado.