O Ibovespa (IBOV) não mostrava uma direção definida nesta sexta-feira, com agentes financeiros repercutindo dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e especulando acerca do efeito nas próximas decisões de política monetária do Federal Reserve.
Por volta de 11h08, o Ibovespa cedia 0,17%, a 125.943,38 pontos, após marcar 126.661,59 pontos na máxima e 125.556,48 pontos na mínima, vindo de uma sequência de quatro fechamentos positivos. Na semana, sobe 1,64%.
O volume financeiro somava 3,55 bilhões de reais.
A economia dos EUA abriu 206 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, segundo o Departamento do Trabalho, acima do esperado, mas os números de maio foram revisados de 272 mil para 218 mil vagas.
A taxa de desemprego, porém, subiu de 4,0% em maio para 4,1% em junho, enquanto o aumento dos ganhos médios por hora desacelerou para 0,3%, de 0,4% em maio.
Na visão do CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, ponto de vista da política monetária, os dados podem enviar um sinal misto ao banco central norte-americano.
“A superação das expectativas (na criação de vagas) pode levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa quanto a cortes imediatos de juros, dado que o mercado de trabalho ainda mostra sinais de força”, avaliou.
Mas, por outro lado, acrescentou Eyng, “a tendência de desaceleração no crescimento do emprego poderia justificar uma abordagem mais dovish para apoiar a economia”.
Em Wall Street, os principais índices acionários tinham variações modestas, sem um sinal único, na volta do feriado do Dia da Independência, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA recuavam, com o de 10 anos marcando 4,3135%.
Destaques
Raízen (RAIZ4) subia 1%, tendo no radar relatório do Santander iniciando a cobertura dos papéis com recomendação “outperform” e preço-alvo de 4 reais, um upside potencial de quase 34% ante o fechamento da véspera (2,99 reais).
Vibra (VBBR3) avançava 0,88%, após seu conselho de administração aprovar programa de recompra de até 98,7 milhões de reais a um valor limitado de 1,2 bilhão de reais, com prazo de 18 meses.
Natura (NTCO3) valorizava-se 1,31%, recuperando-se da queda de 2,56% na véspera, em uma sessão relativamente negativa para papéis de empresas de consumo, com o índice do setor na B3 em queda de 0,65%.
Suzano (SUZB3) perdia 0,91%, engatando a quarta sessão de queda consecutiva, após a disparada da semana passada (+16,7%), quando anunciou a desistência dos planos para comprar a International Paper.
Vale (VALE3) recuava 0,75%, acompanhando o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou em queda de 2%, a 845,5 iuanes (116,3 dólares) a tonelada.
Petrobras (PETR4) tinha variação positiva de 0,03%, em mais uma sessão de oscilações tímidas dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 0,05%.
Banco do Brasil (BBAS3) caía 1,01%, tendo de pano de fundo anúncio de 260 bilhões de reais para o financiamento da safra 2024/2025, o maior de sua história e equivalente a um aumento de 13% em relação ao realizado na safra anterior.
Itaú Unibanco (ITUB4) mostrava decréscimo de 0,82% e Bradesco (BBDC4) registrava queda de 0,57%.