“O bull market está vivo e bem”, assim começa um relatório publicado nesta quarta-feira (10) pela casa de análise Carson e obtido pelo Dinheirama.
O S&P 500 ganhou mais de 20% em 2023, incluindo ganhos de dois dígitos no quarto trimestre, e continuou com pouco mais de 10% no primeiro trimestre de 2024.
“Mais de um ano atrás, muitos esperavam uma recessão e um mercado de baixa estava chegando, algo que rejeitamos regularmente desde dezembro de 2022”, lembram Ryan Detrick, estrategista-chefe de mercado, e Sonu Varghese, vice-presidente e estrategista macro global.
Com isso, alguns investidores chegaram à conclusão de que as ações poderiam continuar a ter um bom desempenho, “mas o número de céticos está começando a crescer novamente”.
Segundo a Carson, contudo, algo que pode surpreender muitos investidores é que esse mercado em alta é, na verdade, muito jovem em relação à história e pode ter muito tempo pela frente.
“Olhando para os últimos 12 mercados em alta desde a Segunda Guerra Mundial, a duração média foi de mais de cinco anos (61 meses)! O bull market mais curto de todos os tempos foi o mais recente após as mínimas da pandemia, então parece improvável que outro mercado em alta curto se siga imediatamente”, sugerem.
Duração de cada Bull Market em meses
Ou seja, dado que o mercado em alta atual tem pouco mais de 20 meses, os investidores devem estar abertos a que este dure muito mais do que a maioria espera.
Em linha com essa projeção, a Carson elevou a projeção para o S&P 500 (SPXUSD) de entre 11% a 13% para 17% a 20%.
“O cenário econômico geral continua bastante saudável, a inflação deve continuar caindo, o cenário de emprego está apoiando os gastos do consumidor e acreditamos que os lucros corporativos gerais devem permanecer robustos”, opinam.
Eleições
Segundo a Carson, o ciclo eleitoral também apoia a continuação do bull market.
“Observamos que historicamente as ações têm se saído muito bem em anos eleitorais sob um presidente em busca da reeleição, com ações mais altas no ano nas últimas 10 vezes”, explicam Detrick e Varghese.
Eles ponderam que o mais importante é como a economia, os lucros, a inflação e a política do Federal Reserve se alinham, não quem está na Casa Branca.
“O que deve importar para os investidores é que todas essas coisas são provavelmente ventos favoráveis para o futuro previsível”, pontuam.
Sim, historicamente as ações tiveram um desempenho um pouco melhor quando o presidente era democrata, mas o outro lado é que as ações tiveram um desempenho melhor quando os republicanos controlavam as duas câmaras do Congresso do que quando os democratas.
“Um dos melhores cenários para investidores é um Congresso dividido. O que os mercados não gostam é de muito poder com qualquer partido, então pense em uma onda vermelha ou azul. Os freios e contrapesos são importantes e um Congresso dividido tem essa dinâmica embutida”, avaliam.