O mercado está levando muito a sério os riscos sobre o investimento nas ações da Vale (VALE3), avalia a Genial Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (10) com uma revisão sobre as operações da mineradora.
“Em um momento de descontração, indagamos investidores com a seguinte pergunta: “por que estão tão sérios?”, fazendo alusão a famosa frase do personagem de quadrinhos Coringa”, opinam os analistas Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza.
Eles não negam que investir nas ações da Vale possui um punhado de riscos. “Mas, diversos investidores com que temos contato já estão admitindo que as ações estão descontadas”, ressaltam.
Dados da China
Um dos pontos abordados pela Genial está nos dados sobre aço bruto da China, que sugerem que “esse alarde” sobre a economia chinesa está com um tom exagerado.
“Recomendamos, portanto, o relaxamento dessa atitude inflexível no nome, para aproveitar o bom momento de se posicionar de forma comprada nas ações, diante de um valuation de mercado que nos parece bastante atrativo, oferecendo uma relação risco/retorno interessante”, ressaltam.
Nos cálculos da Genial, a Vale ocupa hoje a posição de grande mineradora mais descontada versus o preço do minério de ferro no mundo.
Vale é a mais descontada
3 desconfianças
Os analistas da Genial listaram três desconfianças atuais por parte dos investidores que poderão ser resolvidas em breve:
1 – “Potencialmente perto de selar o acordo de Mariana, que retirará mais uma desconfiança que pesa sobre o papel”;
2 – “Perspectiva de manutenção de resultados operacionais sólidos, tanto em produção quanto em vendas”;
3 – “Parcial recuperação do impacto negativo sofrido no primeiro trimestre de 2024, pelo sistema forward de provisionamento do preço realizado nos finos de minério de ferro, não julgamos como racional tamanha aversão a tese de investimentos da Vale”.
Com as ações negociando a um múltiplo de valor da empresa sobre o Ebitda (EV/EBITDA) estimado para 2025 de 3,3 vezes, contra 5 vezes na média histórica, a Genial vê a companhia “excessivamente penalizada pelo mercado”.
A recomendação de compra foi reiterada, com um preço-alvo de R$ 78,50, o que oferece um potencial de valorização de aproximadamente 26%.
