A final da Copa América foi de caos na noite de domingo, com os torcedores correndo pelas filas de segurança tentando entrar no estádio na Flórida, o que marcou o fim de um torneio cheio de problemas, apenas dois anos antes da próxima Copa do Mundo nos Estados Unidos.
Enquanto alguns torcedores sem ingresso tentavam entrar, a polícia fechou os portões e começou um bloqueio que manteve centenas de pessoas trancadas para fora do estádio Hard Rock em Miami Gardens, em um calor inclemente.
A Conmebol entidade que organiza o futebol sul-americano atrasou repetidas vezes o início do jogo entre Argentina e Colômbia, até que ele finalmente foi iniciado uma hora mais tarde.
Foi uma cena impressionante na casa do time de futebol americano Miami Dolphins, que está acostumado a receber multidões gigantescas de torcedores em grandes eventos esportivos, incluindo o Super Bowl quatro anos atrás.
O mesmo estádio vai receber jogos da Copa do Mundo de 2026, organizada pela Fifa.
O estádio Hard Rock disse em comunicado que “mais do que dobrou” sua equipe no domingo. A capacidade do estádio é para mais de 65 mil torcedores.
“Compreendemos que há torcedores com ingresso que não conseguiram entrar no estádio depois que o perímetro foi bloqueado e vamos trabalhar em conjunto com a Conmebol para resolver esses problemas”, afirmou.
“No fim, não há nada mais importante do que a saúde e a segurança dos torcedores e dos funcionários.”
A Conmebol, a Concacaf que reúne as associações de futebol da América do Norte, da América Central e do Caribe, a Fifa e a seleção dos Estados Unidos não responderam imediatamente ao pedido de comentário.
Incidentes semelhantes aconteceram em diversos grandes jogos de futebol em cidades como Londres e Paris.
Mesmo assim, o incidente na final da Copa América foi uma grande decepção para torcedores em um torneio que tinha o objetivo de mostrar a camaradagem entre confederações, com os Estados Unidos sendo anfitrião pela segunda vez do torneio mais importante de seleções da América do Sul.
Ao contrário, o que se viu foram problemas desde o início. Assentos vazios foram vistos em diversos jogos classificatórios, com torcedores reclamando dos altos preços e dos estádios isolados.
O técnico do Uruguai, Marcelo Bielsa, disse a repórteres que membros de sua família foram atacados nas arquibancadas e criticou a organização do evento.
O técnico do Canadá, Jesse Marsch, também criticou os organizadores, classificando o evento como amador em todos os níveis e dizendo que seus jogadores foram tratados como “cidadãos de segunda classe”.
“Tivemos jogadores que tomaram cabeçadas. Tivemos xingamentos racistas ditos ao vivo e pelas redes sociais”, afirmou. Ele também acusou os árbitros de terem um viés contrário aos jogadores da Concacaf. “Tem tantas coisas que eu poderia falar.”