Os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached, do Goldman Sachs, iniciaram a cobertura das ações da SmartFit (SMFT3) no último dia 30 de junho e, após uma rodada de conversas com clientes, trouxeram respostas que acalmaram os investidores sobre a tese de investimentos da história da rede de academias.
A recomendação de compra, com preço-alvo de 12 meses de R$ 32 e um potencial de valorização de 40,7%.
O banco ressalta que os investidores questionaram o que diferencia a história da SmartFit de outras de consumo no Brasil que desvalorizaram acentuadamente à medida que as aberturas de lojas incrementais vieram com menor produtividade de vendas e, portanto, retornos.
“Os investidores geralmente reconhecem que os retornos permaneceram – até agora – em um nível consistentemente alto”, disseram Sgarz e Rached.
Depreciação
Os investidores não expressaram necessariamente uma opinião firme sobre o que acreditam que deveria ser a vida útil da infraestrutura das academias, além de temerem que possa ser mais curta e vir com riscos de necessidades de investimentos de reformas mais altas do que o esperado ao longo do caminho e menor valor residual ao longo do tempo.
Os analistas explicam que, do ponto de vista contábil, a empresa usa um período de depreciação linear de 10 anos.
“Na realidade, a administração indicou que espera que o equipamento cardiovascular dure de 6 a 8 anos e depois seja vendido no mercado secundário por cerca de 30% de um novo conjunto. Além disso, a SmartFit trabalha em estreita colaboração com os seus principais fornecedores e de suporte técnico para prolongar a vida útil de tais equipamentos, embora seja difícil quantificar agora o impacto que isto poderia ter ao longo do ciclo”, explicam.
Concorrência
Alguns investidores se perguntaram se este é um mercado que potencialmente permanece relativamente fragmentado, com a consolidação de participação ocorrendo mais gradualmente do que se projeta, já que há concorrência de operadores de academias de baixo valor locais que estão dispostos a trabalhar com níveis mais baixos de retorno.
“Acreditamos que o segmento High-Value Low-Price (HVLP) pode consolidar uma parcela relevante do mercado”, afirmaram Sgarz e Rached.
Segundo o Goldman Sachs, embora os elevados retornos do modelo de negócios da SmartFit possam atrair novos participantes, a experiência da empresa na seleção de locais, na operação eficiente, no seu elevado nível de satisfação, nos efeitos de rede com os clientes e nos efeitos de escala com os fornecedores deverão permitir à empresa defender a liderança do mercado.
Embora a mensalidade média da SmartFit seja baixa em termos absolutos no contexto de sua proposta de valor HVLP (US$15 – US$20), alguns investidores se perguntaram se a empresa pode atingir um teto menor do que o esperado em termos de clientes que têm a disposição e a capacidade de se comprometer consistentemente com esse desembolso mensal/assinatura.
O banco explica que as suas projeções não se baseiam em uma expectativa de crescimento do tamanho do mercado, mas sim de sua consolidação pela SmartFit, que elevaria a sua fatia de 17% na América Latina para algo em torno de 30%.
Expansão da SmartFit
Os investidores reagem geralmente com cautela aos planos das empresas da América Latina de construir uma presença fora do continente. No contexto da SmartFit, o debate não é tanto se mercados como o Marrocos apresentam uma oportunidade atraente ou não, mas sim a preocupação sobre o que isso significa sobre o escopo para a construção em seu mercado principal.
“Esperamos que a administração persiga tais oportunidades com parcimônia e apenas um pequeno capital inicial implantado”, concluíram Sgarz e Rached.
Além disso, eles ressaltam para outras opções de alocação de capital, incluindo dividendos e recompras, ou fusões e aquisições para complementar a sua carteira.
A SmartFit anunciou nesta semana, por exemplo, a aquisição da operadora brasileira de estúdios de spinning Velocity.