A produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2024/25 (abril-março) foi revisada para baixo em 300.000 toneladas nesta segunda-feira, para 41,3 milhões de toneladas, devido à menor que esperada alocação de cana para produzir açúcar e à baixa qualidade da cana, disse a consultoria Hedgepoint Global Markets.
A analista de açúcar da Hedgepoint Livia Coda disse em nota que as usinas estão destinando menos cana para a produção de açúcar do que o inicialmente estimado, devido principalmente à qualidade inferior da safra em comparação com a temporada passada, bem como ao ritmo acelerado da colheita.
A Hedgepoint reduziu sua visão sobre a alocação de cana para o açúcar, o chamado mix de açúcar, de 51,2% para 50,3% da safra.
As usinas nacionais têm certa flexibilidade para alterar a alocação da cana para a produção de açúcar e etanol, dependendo dos preços de mercado.
Quando o açúcar proporciona melhores retornos financeiros, elas aumentam a quantidade de cana destinada a esse produto, em detrimento da produção de etanol.
Analistas e operadores esperavam uma alocação recorde de cana para o açúcar este ano, depois que várias usinas fizeram investimentos em suas plantas para permitir uma maior produção de açúcar, mas os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostraram que o mix de açúcar aumentou menos do que o esperado.
“Nós havíamos superestimado o mix de açúcar. Agora parece razoável revisar para baixo nossa projeção”, disse a analista.
Ela afirmou que a safra está apresentando menor qualidade em termos de teor de açúcar do que no ano passado, depois de um clima desfavorável durante o desenvolvimento da safra.
A Hedgepoint, no entanto, elevou ligeiramente sua estimativa sobre a quantidade de cana-de-açúcar a ser moída nesta temporada, de 613 milhões de toneladas anteriormente para 620 milhões de toneladas, observando os altos volumes de moagem nos primeiros meses da nova temporada.