O Ibovespa (IBOV) fechou em queda, mantendo o viés de realização de lucros, mas tendo se afastado das mínimas, com Gerdau (GGBR4) respondendo por um relevante contrapeso, enquanto Vale (VALE3) acabou retomando o sinal negativo após os ajustes finais do pregão.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,37%, a 125.954,09 pontos, terceira queda consecutiva, após marcar 125.626,28 pontos na mínima e 126.422,73 pontos na máxima do dia.
O volume financeiro somou apenas 17,52 bilhões de reais.
Em Wall Street, os pregões ensaiaram uma melhora, mas fecharam sem uma direção única, tendo no radar dados econômicos dos Estados Unidos e na expectativa da divulgação do índice de inflação preferido do Federal Reserve na sexta-feira.
O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, encerrou em queda de 0,51%.
De acordo com o analista Matheus Nascimento, da Levante Inside Corp, a agenda norte-americana mostrou uma atividade econômica ainda bastante resiliente, o que acaba pesando sobre os ativos brasileiros dado o potencial efeito na decisão do Fed.
Em paralelo, citou, no Brasil, o IPCA-15 de julho ficou acima do esperado, com a medida em 12 meses mostrando alta de 4,45%, bem perto do teto da meta de inflação, o que tende a corroborar o cenário de Selic mais alta por mais tempo.
“E há ainda o ambiente interno fiscal… Mesmo com contingenciamento de 15 bilhões de reais, o mercado entende que o déficit tende a ser maior que o esperado”, acrescentou
Destaques
Vale (VALE3) abriu em queda, passou a subir, mas acabou fechando com variação negativa de 0,05% antes do balanço do segundo trimestre, após o fechamento.
Na Ásia, o minério de ferro ampliou perdas, com o futuro de referência em Cingapura caindo abaixo de 100 dólares por tonelada e o contrato mais negociado em Dalian, na China, tendo a quinta queda seguida. Na máxima do dia, Vale chegou a subir quase 1%.
O ministro de Minas e Energia afirmou nesta quinta-feira que a Vale está “acéfala” desde que definiu saída de CEO e ameaçou com sanções.
Gerdau (GGBR4) avançou 2,06%, em dia de recuperação após duas quedas seguidas e notícia sobre aumento de preços pela companhia.
No setor, Usiminas (USIM5) PNA subiu 2,1%, enquanto CSN (CSNA3), que também aumentou preços para agosto, cedeu 0,25%. Dados ainda mostraram que as vendas de aços planos por dia útil dos distribuidores no Brasil tiveram em junho o melhor desempenho em um mês desde pelo menos 2015.
Petrobras (PETR4) cedeu 0,13%, terminando distante da mínima da sessão, quando caiu mais de 1%, conforme os preços do petróleo reverteram as perdas no exterior, com o barril de Brent terminando negociado a 82,37 dólares, aumento de 0,81%. Petrobras (PETR3) encerrou com decréscimo de 0,42%.
Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,07%, sendo exceção entre os grandes bancos de varejo do Ibovespa, uma vez que Itaú (ITUB4) caiu 0,44%, Bradesco (BBDC4) perdeu 1,59% e Santander Brasil (SANB11) fechou negociado em baixa de 2,43%.
Carrefour Brasil (CRFB3) caiu 2,92%, engatando a terceira queda seguida desde a divulgação do balanço trimestral após o fechamento do mercado na segunda-feira. No mês, contudo, o papel ainda acumula valorização de mais de 3%.
Vamos (VAMO3) recuou 3,55%, tendo de pano de fundo relatório de analistas do Bradesco BBI sobre o setor, no qual estimaram queda nas margens das concessionárias à medida que a empresa reduz os estoques e reduziram o preço-alvo das ações de 13 para 12 reais.
A alta no mês, porém, ainda soma 14,8%.
Weg (WEGE3) caiu 1,5%, no quinto pregão seguido de queda, após renovar máximas históricas. No mês, ainda registra uma valorização de cerca de 9%.
B3 (B3SA3) fechou em baixa de 1,18%, na terceira sessão negativa, devolvendo parte do ganho acumulado no mês, conforme os volumes no segmento de ações permanecem fracos, embora dados recentes no segmento de derivativos tenham agradado analistas.
Lojas Renner (LREN3) avançou 2,41%, recuperando-se após duas quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de 5%.
Eternit (ETER3), que não faz parte do Ibovespa, caiu 10,08%, tendo como pano de fundo comunicado da empresa afirmando que o Ministério Público de São Paulo “não se opôs” ao encerramento do processo de recuperação judicial que foi pedido pelo grupo fabricante de materiais de construção.