O dólar (USDBRL) tinha leve queda frente ao real nesta segunda-feira, à medida que investidores mostram cautela antes das decisões de política monetária do Banco Central do Brasil, do Federal Reserve e do Banco do Japão na quarta-feira.
Às 9h51, o dólar à vista caía 0,18%, a 5,6482 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,44%, a 5,644 reais na venda.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6583 reais na venda, em alta de 0,19%.
As atenções dos agentes financeiros se voltam para reuniões de bancos centrais ao redor do mundo nesta semana, em busca de sinais sobre o futuro da política monetária no Brasil e em mercados que impactam diretamente a moeda brasileira.
O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão na quarta-feira sob a expectativa de economistas consultados pela Reuters de que a taxa Selic seja mantida no patamar de 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva.
As autoridades do Banco Central seguem preocupadas com a desancoragem das expectativas de inflação do mercado em meio a um cenário global mais incerto.
Economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram nesta segunda-feira sua projeção para a alta do IPCA ao fim deste ano e do próximo, com o índice agora visto fechando 2024 em 4,10% e 2025 em 3,96%, acima do centro da meta oficial de inflação da autarquia de 3%.
“Frente ao risco e à depreciação do câmbio, o Copom provavelmente mostrará sua preocupação nesta semana e, talvez, até mesmo fornecerá sinais de que poderá agir para controlar a situação”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
“Qualquer sugestão de que o Copom poderia agir nesta direção seria um argumento positivo para o real.”
O Federal Reserve também divulgará sua decisão de política monetária na quarta-feira e a expectativa é que o banco central norte-americano mantenha sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%.
Analistas estarão focados, no entanto, no que as autoridades do Fed sinalizarão sobre o futuro, uma vez que têm crescido no mercado as apostas de um corte de juros nos Estados Unidos em setembro, com a possibilidade de outra redução até o fim do ano.
Quanto mais o banco central norte-americano cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
Ainda na quarta-feira haverá uma atenção especial também em torno da reunião do Banco do Japão, que pode elevar sua taxa de juros. A especulação sobre um aperto monetário no país valorizou o iene na semana passada, gerando pressão sobre as moedas de mercados emergentes.
Os preços de commodities, outro fator relevante para a fraqueza dos emergentes na semana passada, também seguem no radar dos investidores, enquanto se observa como a China, maior importador de matérias-primas do planeta, reage à piora nas perspectivas para sua economia.
Na sessão desta segunda-feira, o desempenho do dólar em mercados emergentes era misto, com a divisa norte-americana avançando sobre o rand sul-africano, mas estável frente ao peso mexicano e ao peso chileno.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,23%, a 104,610