O Ibovespa (IBOV) avançava nesta quarta-feira, após duas quedas seguidas, com agentes financeiros repercutindo resultados corporativos, entre eles os de WEG, 3R e TIM, enquanto aguardam as decisões de política monetária dos bancos centrais dos Estados Unidos e Brasil.
Por volta de 11:10, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,04%, a 127.445,46 pontos, em desempenho apoiado também pela alta de futuros do minério de ferro e do petróleo no exterior, o que beneficiava as blue chips Vale e Petrobras.
O volume financeiro somava 3,97 bilhões de reais.
Com tal desempenho, o Ibovespa acumula até o momento um ganho de 2,86% no mês, apoiada principalmente nas compras de investidores estrangeiros em meio a um movimento global de rotação de ações na esteira de expectativas relacionadas ao BC norte-americano.
Dados da B3 mostram um saldo positivo de capital externo no mercado secundário de ações de 3,64 bilhões de reais em julho até o dia 28, marcando o primeiro mês com entrada líquida de estrangeiros em 2024. No ano, as vendas ainda prevalecem, com saída líquida de 36,48 bilhões de reais.
Uma sinalização do Federal Reserve nesta quarta-feira, no comunicado divulgado ao término da reunião de dois dias do seu Comitê de Mercado Aberto (Fomc), confirmando as apostas no mercado de um corte nos juros em setembro pode reforçar esse movimento de fluxo externo.
A expectativa é de manutenção da taxa, que está na faixa de 5,25% a 5,50% desde julho do ano passado. Mas o comunicado, previsto para 15h (horário de Brasília) e a coletiva à imprensa do chair Jerome Powell, às 15h30, podem movimentar o mercado a depender das indicações sobre os próximos passos do Fed.
De acordo com a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, é amplamente esperado que o Fed indique um corte de taxa em setembro.
Ela citou, contudo, que há expectativas demasiadamente otimistas sobre o próximo movimento do BC dos EUA, o que pode desencadear uma correção mesmo que o Fed indique fortemente um corte em setembro – “com o risco de perturbar bastante o mercado se não o fizer”.
No Brasil, O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga o comunicado com a sua decisão após o fechamento do mercado. Também não há previsão de mudança na Selic, atualmente em 10,50%, logo, o foco estará nas palavras do colegiado presidido por Roberto Campos Neto.
Destaques
Weg (WEGE3) disparava 7,78%, após a multinacional brasileira, cujos produtos equipam desde veículos e fábricas a geradores de energia eólica, reportar resultado operacional medido pelo Ebitda de 2,12 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 15,7% ano a ano.
O conselho de administração também aprovou dividendos intermediários relativos aos resultados do primeiro semestre de 786,9 milhões de reais.
Vale (VALE3) avançava 1,18%, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro em Cingapura, onde o vencimento de referência subia mais de 1,87%. Na China, o contrato da commodity mais negociado em Dalian caiu 0,13%.
Petrobras (PETR4) valorizava-se 1,31%, endossada pela forte alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent mostrando elevação de 2,51%.
No setor, 3R (RRRP3) avançava 2,31%, tendo ainda como pano de fundo o resultado trimestral. Prio (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3) apuravam aumentos de 1,04% e 0,83%, respectivamente.
Eletrobras (ELET3)subia 3,74%, com o noticiário sobre a elétrica envolvendo pedido da companhia ao STF para prorrogar por 45 dias as discussões sobre participação do governo no seu conselho de administração.
A Eletrobras também disse nesta quarta-feira que “não há efetiva” negociação para a venda de sua participação na empresa paulista de energia Emae com o empresário Nelson Tanure.
TIM Brasil (TIMS3) registrava acréscimo de 3,24%, reagindo ao balanço do segundo trimestre, com o Ebitda normalizado somando 3,15 bilhões de reais, 8,2% acima do registrado um ano antes.
A operadora de telefonia também aprovou programa para a recompra de até 5,04 milhões de ações. Em videoconferência com analistas, o CEO da TIM Brasil afirmou que o cenário competitivo no país segue bem racional no pós e pré.
Ambev (ABEV3) caía 0,95% antes da divulgação do resultado do segundo trimestre na quinta-feira, antes da abertura do mercado brasileiro.
Em relatório enviado no mês passado, analistas da XP afirmaram esperar “um trimestre não empolgante”, com números sólidos nas operações do Brasil, mas resultados fracos no Canadá e na região América Latina do Sul (LAS), que inclui Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Chile.
Banco do Brasil (BBAS3) recuava 0,63%, em dia mais negativo para bancos, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 0,06% e Santander Brasil (SANB11) em baixa de 0,21%, enquanto Bradesco (BBDC4) operava estável.
Bradesco, Itaú e BB divulgam seus balanços na próxima semana nos dias 5, 6 e 7 de agosto, respectivamente. Na contramão, BTG Pactual (BPAC11) subia 1,03%.