O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta terça-feira que o governo atua para proteger o país de um cenário externo desafiador, passando por uma transição responsável e sem arroubos políticos no comando do Banco Central, além de demonstrar cuidado com as contas públicas.
Em seminário promovido pela CNI, Durigan destacou as mudanças de percepção sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos, que têm gerado reprecificação de ativos no mundo e desvalorização do real, citando os fatores domésticos que podem ajudar o Brasil a sofrer menos impactos das oscilações externas.
“A autonomia do Banco Central está mantida, vamos fazer a transição mais tranquila com as novas diretorias para que a gente passe por esse processo também sem maiores precificações indevidas no mercado”, disse o secretário, que atua neste mês como ministro interino da Fazenda durante as férias de Fernando Haddad.
Atualmente, a cúpula do BC é composta por quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto cinco estão no posto desde a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os próximos mandatos a vencer, em dezembro deste ano, são do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e dos diretores Carolina Barros e Otávio Damaso.
Em relação às contas públicas, Durigan afirmou que o trabalho da equipe econômica para gerar equilíbrio fiscal tem o objetivo de viabilizar juros mais baixos, com estabilidade econômica, geração de emprego e fluxo comercial positivo.
Segundo ele, ao apresentar o projeto de lei orçamentária de 2025, no fim do mês, o governo detalhará o corte de mais de 25 bilhões de reais em gastos públicos anunciado com o objetivo de respeitar o arcabouço fiscal.
“É importante que as medidas sejam adotadas com coragem, ainda que isso cause alguma repercussão mais negativa. A gente segue estudando as medidas para equilibrar o gasto público e manter a previsibilidade da despesa dentro do arcabouço fiscal”, afirmou.
“Nós temos que proteger o Brasil, proteger o fiscal do Brasil. A Fazenda não vai abrir mão de ter o equilíbrio das contas públicas.”