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Petrobras não é perfeita, mas paga altos dividendos

Segundo o BTG, é provável que a estatal anuncie dividendos extraordinários antes de novembro, o que serviria como uma redução de risco

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou o pagamento de R$ 13,57 bilhões (US$ 2,5 bilhões) no segundo trimestre de 2024, apesar do prejuízo de R$ 2,6 bilhões, abaixo da expectativa dos analistas.

O BTG Pactual, por exemplo, estimava a distribuição de US$ 2,9 bilhões.

O valor ficou 7% abaixo, principalmente devido a maiores pagamentos de impostos pontuais após o acordo de obrigação tributária assinado com a Carf em junho, que pode ser parcialmente compensado por deduções de pagamentos futuros de imposto de renda no 1º semestre de 2025.

“Embora reconheçamos que os desenvolvimentos políticos e as manchetes de fusões e aquisições podem ocasionalmente impactar o desempenho das ações, a empresa ainda oferece uma combinação atraente de valor e crescimento (muito lucrativo)”, apontam os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte.

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Segundo eles, espera-se que o aumento dos campos do pré-sal nos próximos anos continue a elevar os níveis de rentabilidade e desencadeie revisões positivas nas estimativas de fluxo de caixa do mercado.

“Embora parte da revisão do capex para 2024 seja provavelmente adiada para os próximos anos, acreditamos que as restrições do setor continuarão a limitar uma implantação mais rápida de capital. Também achamos provável que dividendos extraordinários sejam anunciados antes de novembro, o que provavelmente serviria como um evento de redução de risco e reforçaria que, embora não seja perfeita, a governança corporativa da empresa permanece robusta”, opinam.

Agora a Petrobras projeta investir entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões de dólares neste ano, versus projeção anterior de 18,5 bilhões de dólares, com um ajuste no capex do segmento de Exploração e Produção (E&P), o principal da empresa, que afirmou ainda não ver impacto na curva de produção de petróleo apesar do corte nos aportes.

Resultado da Petrobras

A estatal teve um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, configurando seu primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2020, principalmente devido a efeitos contábeis, informou a petroleira nesta quinta-feira.

No mesmo período do ano passado, a companhia havia registrado um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões, enquanto no primeiro trimestre seu resultado líquido foi de R$ 23,7 bilhões.

Os principais impactos no resultado, segundo a companhia, foram contábeis, diante de uma adesão a um acordo para encerrar uma disputa tributária com o governo e a variação cambial do período.

“O resultado líquido do trimestre deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da empresa”, afirmou no relatório o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.

A Petrobras afirmou que teve “forte” geração de caixa no segundo trimestre de 2024, registrando Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de 47,2 bilhões de reais, superior ao observado no primeiro trimestre do ano.

Em junho, a companhia havia anunciado que teria um impacto de R$ 11,9 bilhões no resultado líquido do segundo trimestre diante de adesão da companhia a um acordo para encerrar disputa tributária envolvendo Cide, PIS e Cofins entre os anos de 2008 e 2013.

Somado a isso, a companhia destacou ter registrado impactos devido à variação cambial, sem efeito no caixa da companhia.

Dessa forma, o lucro recorrente foi de R$ 15,7 bilhões, mas ainda abaixo das expectativas dos analistas de R$ 22,3 bilhões, segundo dados do LSEG.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, queda de 12,3% versus o mesmo período de 2023.

Na comparação com o primeiro trimestre, o Ebitda ajustado recuou 17%, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, aumento das importações e de itens não recorrentes, com destaque para os efeitos do acordo de trabalho de 2023 e da adesão à transação tributária.

Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo aumento das receitas com exportações decorrente, principalmente, da valorização do petróleo Brent.

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