O dólar (USDBRL) acelerou a queda a R$ 5,46 no mercado à vista há pouco, reagindo à inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos abaixo do esperado em julho, que reforça sinais de desaceleração da economia norte-americana.
O mercado de câmbio ajusta-se à queda externa da moeda americana ante pares principais e emergentes ligadas a commodities e ao recuo dos juros dos Treasuries, enquanto os mercados futuros de ações ganham força em NY.
O recuo dos juros dos Treasuries à medida que os números corroboram chance de corte mais agressivo de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ajuda a enfraquecer o dólar e os juros futuros, disse o economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho.
O dado deve ajudar nas expectativas de manutenção da taxa Selic em 10,50%, evitando necessidade de alta de juros pelo BC, avalia.
Ele destacou que o PPI eleva expectativas pelo CPI americano amanhã, que pode trazer uma inflação dentro do esperado, reforçando percepção de que a economia americana está em desaceleração.
O mercado agora aguarda as falas de diretores do Banco Central brasileiro, incluindo o presidente Roberto Campos Neto em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, em Brasília (10 horas). Também segue no radar a possibilidade de um ataque do Irã a Israel.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,1% em julho ante junho, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,2% no período. Na comparação anual, houve acréscimo de 2,2% em julho, menor do que a projeção de 2,3% da Factset.
No Brasil, o volume de serviços prestados subiu 1,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A leitura superou a mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,9%. O intervalo das estimativas ia de alta de 0,3% a avanço de 2,0%.
Na comparação com junho de 2023, houve avanço de 1,3% em junho, já descontado o efeito da inflação – também acima da mediana das previsões, que apontava alta de 1,0%, com intervalo de estimativas entre queda de 0,2% e aumento de 7,2%. A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior – foi de alta de 1,6%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 1,00%, ante avanço de 1,20% até maio.
Às 9h54, o dólar à vista caía 0,14%, a R$ 5,4886. O dólar para setembro perdia 0,14%, a R$ 5,50.
(Com Conteúdo Estadão)