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Ibovespa supera os 133 mil pontos pela 1° vez desde janeiro

Mercado avalia o índice de preços ao consumidor americano, reforçando as apostas de queda do juro básico nos Estados Unidos em setembro

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Bull Market Mercados Alta, Ibovespa, ações

O Ibovespa (IBOV) sobe e supera a marca dos 133 mil pontos vista pela última vez no 3 de janeiro deste ano, quando a máxima alcançou 133.575,58 pontos. O nível ocorreu em meio à divulgação do índice de preços ao consumidor americano, o CPI de julho, informado nesta quarta-feira, reforçando apostas de queda do juro básico nos Estados Unidos em setembro.

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Como ressalta Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, os mercados guardam uma volatilidade represada, porque a dispersão de opinião quanto à magnitude do corte dos juros americanos está alta para a reunião de setembro.

“Opiniões estão bem divididas entre uma queda de 25 pontos e de 50 pontos. Diante de mais incerteza, qualquer dado força o pêndulo para um dos lados causando movimentos bruscos”, pontua.

Em julho, o CPI dos Estados Unidos teve uma alta de 0,2% ante junho, ficando em linha com a expectativa. O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também avançou 0,2% na comparação mensal, vindo igualmente em linha com o consenso do mercado.

A despeito de o CPI dos EUA ter ficado em linha com as expectativas, mostrou desaceleração em relação ao mês anterior, ressalta Saadia.

Na visão do diretor de investimentos da Nomos, as vendas do varejo do país, que serão divulgadas amanhã, podem dar mais informações que o CPI de hoje, principalmente em relação a uma provável recessão nos EUA, embora considere que não há no radar sinais de que isso ocorrerá.

Para Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, como o CPI veio praticamente em linha com o esperado não houve mudança brusca nos mercados e no Ibovespa. “Até reagiram um pouco mal”, diz, completando que os dados tendem a afastar temores por parte de alguns de recessão americana.

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Conforme Takeo, a possibilidade maior é de um corte de 0,25 ponto porcentual no juro básico em setembro, em vez de 0,25 ponto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Isso porque também diretores do Fed tem sinalizado nesta linha. “Querem esperar mais dados para começar a cortar os juros.”

A divulgação ocorre um dia após o PPI dos EUA, que mede os preços ao produtor, mostrar uma alta menor do que a esperada por analistas. O resultado, conforme a Levante Investimentos, sugere que as pressões inflacionárias subjacentes estão sob controle, o que é um sinal positivo para a inflação ao consumidor nos próximos meses.

“Essa estabilidade contribui para as expectativas de queda na taxa de juros da região, com 100 pontos-base de corte esperados para o ano”, cita a Levante em relatório.

Selic mais alta?

Já no Brasil, há um debate crescente de que o Banco Central poderá elevar a taxa Selic ainda em 2024. Ontem à noite, em palestra durante premiação do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), em São Paulo, o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, reiterou a importância de se reancorar as expectativas de inflação para reduzir o custo desinflacionário.

Guillen reforçou a mensagem de que a instituição pode elevar a Selic para convergir as expectativas de inflação à meta. Ele disse também que há uma visão consensual dentro do Comitê de Política Monetária de que há mais riscos para a inflação.

Apesar do resultado abaixo do esperado das vendas do varejo, o economista Igor Cadilhac, do PicPay, diz em relatório que mantém a projeção de crescimento de 3% para o varejo em 2024. O economista diz, em nota, que segue esperando que um mercado de trabalho aquecido, o crescimento da massa de renda, o aumento do crédito para pessoa física e uma inflação ainda controlada continuem a impulsionar o consumo das famílias.

(Com Estadão Conteúdo)

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