O Banco Central Europeu (BCE) decidiu conduzir uma revisão abrangente do portfólio de empréstimos alavancados para um conjunto de bancos, após a exposição das instituições a essas operações crescerem 59% entre o primeiro trimestre de 2018 e o primeiro trimestre de 2023.
A iniciativa respondeu a mudanças significativas no ambiente macroeconômico que levaram a um aumento nas taxas de juros e dos riscos de refinanciamento que já eram elevados.
Em informe publicado em seu site nesta quarta-feira, o BCE disse que a revisão envolve inspeções de arquivos de crédito em 12 bancos sob supervisão bancária europeia.
Os bancos no escopo foram selecionados com base em um conjunto de critérios, como a exposição a financiamentos alavancados em termos absolutos ou relativos em relação ao tamanho dos respectivos portfólios.
As revisões granulares dos arquivos de crédito cobriram uma grande parte ou a totalidade dos portfólios alavancados, cerca de três vezes mais do que o habitualmente executado nas missões regulares de supervisão.
Os resultados quantitativos preliminares da revisão foram compartilhados com os bancos para permitir que esclareçam processos e forneçam mais informações sobre arquivos de crédito específicos, afirmou o BCE.
A revisão envolve os processos internos rigorosos de garantia de qualidade antes que as descobertas sejam discutidas com os bancos individuais.
O processo de análise mais minucioso deve ser concluído no final deste ano e pode resultar em ajustes na classificação e mensuração de risco em um nível do banco, dependendo das descobertas, disse o BCE.
A revisão levou em conta diretrizes determinadas pelo BCE em 2017. A mesma metodologia em data de referência equivalente foi utilizada para todos os bancos analisados.
“A gestão prudente de risco de empréstimos alavancados é de fundamental importância para o BCE, pois empresas altamente alavancadas são particularmente vulneráveis à volatilidade do mercado, ciclos econômicos e oscilações de receita”, observou o BC. “Os bancos devem manter níveis de capital proporcionais ao nível de riscos associados a seus portfólios de financiamento alavancado e devem implementar os arranjos de governança e mecanismos de controle interno apropriados, incluindo práticas e políticas contábeis”.
(Com Conteúdo Estadão)