As ações da Nike (NKE; NIKE34) possuem algumas oportunidades de recuperação no horizonte após terem sofrido com um período de volatilidade significativo, relata a XP Investimentos em um relatório enviado a clientes.
Em 27 de junho de 2024, a Nike sofreu a maior queda diária de suas ações na história, despencando 20% após a divulgação de resultados trimestrais que, apesar de superarem as expectativas de lucro por ação, ficaram aquém das previsões de receita e levaram a empresa a revisar seu guidance anual.
O mercado reagiu de forma negativa ao anúncio de que as receitas anuais da Nike devem cair cerca de 5%, em vez do crescimento de 2% inicialmente previsto. Isso frustrou investidores que esperavam uma recuperação impulsionada pelos Jogos Olímpicos de Paris e pela consolidação do segmento de vendas diretas ao consumidor da empresa.
A Nike enfrenta uma concorrência acirrada de rivais tradicionais como Adidas e Puma, além de novas entrantes como On e Hoka, o que complicou ainda mais a situação.
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Além da pressão competitiva, a Nike cometeu um erro estratégico ao priorizar suas vendas diretas, o que acabou prejudicando relações com importantes distribuidores como Foot Locker, Dicks Sporting Goods e Macy’s. Reconhecendo o erro, o CEO John Donahoe tomou medidas para corrigir o curso, trazendo de volta executivos veteranos como Tom Peddie e Nicole Hubbard Graham, ambos com longas carreiras na empresa, para liderar as divisões de Marketplace e Marketing, respectivamente.
Segundo a XP, a campanha de reposicionamento da marca, lançada por Nicole Hubbard Graham, intitulada “Winning isn’t for everyone | Am I a bad person?” (“Vencer não é para todos | Eu sou uma pessoa má?”) foi um sucesso de audiência e crítica, gerando um impacto positivo na imagem da Nike. A campanha, que contou com estrelas do esporte como Kobe Bryant, LeBron James, Kylian Mbappé e Serena Williams, ajudou a restaurar parte do prestígio da marca.
Apesar do revés inicial, as ações da Nike demonstraram resiliência recentemente, impulsionadas por fatores como a visibilidade durante os Jogos Olímpicos e resultados positivos de outras empresas do setor esportivo. Além disso, o anúncio de que a Pershing Square, gestora de Bill Ackman, adquiriu 3 milhões de ações da Nike, trouxe novo fôlego ao papel, que registrou nove dias consecutivos de alta, acumulando ganhos de 12% na última semana.
