Após iniciar a segunda-feira, 19, na marca dos 133 mil pontos (133.953,32 pontos), o Ibovespa (IBOV) ganhou força e renovou máxima há pouco, aos 135.218,39 pontos, em alta de 094%.
Desta forma, alcançou o nível inédito dos 135 mil ponto e passou a registrar alta em 2024, de 0,78% por volta das 11 horas.
O avanço acompanha a valorização das bolsas norte-americanas, em meio à redução das apostas de recessão nos Estados Unidos e diante da possibilidade crescente de queda dos juros no país em 0,25 ponto porcentual em setembro. Hoje à noite, espera-se que o Banc chinês anuncie queda de suas principais taxas de juros.
“Há consenso de que haverá queda dos juros americanos em setembro, apesar de falas contrárias de alguns dirigentes do banco central dos Estados Unidos”, diz Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital.
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Neste cenário e com crescimento das apostas de alta da taxa Selic no mês que vem, o diferencial de juros passa a ficar interessante e tende a atrair investidores ao Brasil, com consequências positivas para o Índice Bovespa.
“Entramos em um cenário que é bom para o Brasil, ainda mais com chance de a Selic ser elevada. O carry trade tanto em relação aos Estados Unidos, Japão e com Europa também reduzindo juros fica interessante”, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Na visão de Takeo, da Potenza Capital, a tendência de alta do Ibovespa deve continuar, mesmo que tenha fechado em baixa na sexta-feira. Na ocasião, interrompeu uma série de oito altas seguidas, fechando com queda de 0,15% (133.953,25 pontos), após nova marca intradia histórica (134.781,44 pontos), encerrando a semana com ganhos. “O fluxo de estrangeiros está forte, e já soma R$ 4 bilhões em agosto”, afirma.
Nesta semana, os investidores esperam mensagens sobre o ritmo de corte dos juros nos Estados Unidos. Isso poderá vir da ata de sua última reunião de política monetária do Fed, na quarta, do discurso de seu presidente, Jerome Powell, durante o simpósio de Jackson Hole, na sexta, e de falas de outros dirigentes do Fed nos próximos dias.
Ainda fica no foco a palestra do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, em meio a crescentes percepções de aumento da taxa Selic. Na sexta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a instituição está muito incomodada com a desancoragem das expectativas, sugerindo alta o juro básico.
Este movimento de expansão já vem sendo incorporado na curva futura há algum tempo e tem ganhado força entre os departamentos econômicos. Hoje, a XP Investimentos passou a incorporar avanço da Selic no próximo Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.
No Focus, contudo, a mediana para os juros neste ano permaneceu em 10,50%, mas subiu de 9,75% para 10,00% para 2025. Houve novo recuo na previsão de IPCA do próximo ano e sutil aumento na de 2024.
“A Pesquisa Focus desta segunda trouxe a segunda redução consecutiva das expectativas de inflação para 2025, embora mantendo a desancoragem em relação à meta que tem incomodado o BC, conforme reiterado na última sexta pelo presidente da instituição”, cita Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em relatório.
Às 11h20, o Ibovespa subia 0,97%, aos 135.250,93 pontos, na máxima da sessão. Desta forma, passa a subir 0,79% em 2024, ante recuo de 0,17% visto até o fechamento na sexta-feira.
As ações da Vale (VALE3) avançavam 2,03%, em meio ao aumento de 0,71% nas cotações do minério de ferro em Dalian.
Petrobras (PETR4) tinha alta de 0,26%, enquanto (PETR3) cedia 0,26%. O petróleo atenuava a queda para cerca de 0,80%, depois de cair mais de 1,00%.