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Ibovespa realiza lucros e cai 0,95% após três recordes consecutivos

Na semana, o índice ainda avança 0,91%, colocando o ganho do mês a 5,89% e o do ano a 0,74%

por Estadão Conteúdo
3 min leitura
Ibovespa B3

Após três sessões em máximas históricas de fechamento, o Ibovespa (IBOV) fez hoje pausa para que os investidores colocassem parte do lucro no bolso, o que resultou em baixa de 0,95%, aos 135.173,39 pontos, para o índice nesta quinta-feira.

O giro ficou em R$ 22,1 bilhões na sessão, em que o Ibovespa flutuou dos 134.835,74 aos 136.462,18 na máxima do dia, correspondente ao nível de abertura. Na semana, o índice ainda avança 0,91%, colocando o ganho do mês a 5,89% e o do ano a 0,74%.

As principais blue chips alinharam-se em baixa ao longo da tarde, mas algumas delas mostraram leve recuperação no fechamento, entre as quais Petrobras (PETR3; PETR4) (ON +0,10%, PN +0,13%), em dia de retomada do petróleo (Brent +1,54%, WTI +1,50%) após sequência negativa de quatro sessões para os preços da commodity.

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Vale (VALE3), por sua vez, obteve ganho de 0,14%, na máxima do dia no fechamento, descolando-se dos demais nomes do setor metálico (CSN (CSNA3) -1,62%, na mínima da sessão no encerramento; Gerdau (GGBR4) -0,81%, Usiminas (USIM5) -3,46%), em quinta-feira de ajuste negativo para o minério de ferro na China e em Cingapura.

Como um todo, o setor metálico assim como em parte os bancos (hoje, Itaú (ITUB4) -0,92%, BB (BBAS3) -2,44%, Bradesco (BBDC4) -0,70%) haviam contribuído para as máximas históricas do Ibovespa, e nesta quinta-feira ambos participaram em conjunto do movimento de ajuste, em realização de lucros.

Na agenda externa, leitura preliminar do PMI composto dos EUA em agosto superou as expectativas, assim como o PMI composto da zona do euro, que teve avanço inesperado na componente de serviços.

Com isso, as preocupações quanto à atividade fraca em ambas as economias arrefeceram, dando impulso hoje aos preços do petróleo – sem que as ações da Petrobras reagissem, até bem perto do fim da sessão.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para CVC (CVCB3) (-6,52%), MRV (MRVE3) (-5,28%) e Magazine Luiza (MGLU3) (-4,84%).

Na fila oposta, Embraer (EMBR3) (+2,15%), Weg (WEGE3) (+1,44%) e Ambev (ABEV3) (+0,46%). Em Nova York, a sessão desta quinta-feira também foi de ajuste negativo, com destaque para a retração de 1,67% no Nasdaq, o índice de tecnologia.

“Dia foi de realização de lucros na B3, em correção puxada por ações mais sensíveis a juros, em dia de alta na curva do DI e no dólar. Poucos nomes sustentaram alta, e ainda assim sem expressão. Ainda há debate franco sobre alta da Selic, que deve ganhar mais tração nas próximas semanas até a reunião do Copom. Juros podem subir aqui enquanto cai a taxa dos Estados Unidos”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando a “adição de prêmio” na curva de juros doméstica na sessão.

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Ele observa, por outro lado, ser saudável uma correção nos preços das ações após três máximas de fechamento consecutivas. “É bom que a alta seja gradual, sem exageros em sequências muito longas de ganhos”, acrescenta.

“O importante é que a recuperação se mantenha em horizontes mais dilatados, com ponderação e sobriedade, mantida a perspectiva ainda favorável à recuperação de preços dos ativos.”

No mesmo sentido favorável à percepção sobre a economia doméstica, pela manhã, dados sobre a arrecadação federal em julho mostraram alta de 9,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, “refletindo forte crescimento da atividade econômica e a melhora no mercado de trabalho”, aponta o economista Rafael Perez, da Suno Research.

“Diante do quadro bastante favorável para a atividade econômica, esperamos continuidade na expansão das receitas ao longo do ano, embora em intensidade menor que no primeiro semestre”, acrescenta o economista.

Perez observa que, mantida a tendência de avanço pelo lado das receitas, e de menor impulso aos gastos, tendo em vista os bloqueios e contingenciamentos no orçamento, aumenta a chance de que o governo venha a cumprir, este ano, o limite inferior da meta para as contas públicas, o que pode resultar em redução da percepção de risco fiscal no curto prazo.

“Houve muita pressão compradora, levando o Ibovespa a novas máximas históricas” nas sessões anteriores, diz Felipe Moura, analista da Finacap.

“Os investidores têm tomado mais risco, com indicadores econômicos e outros sinais do exterior, como a ata do Federal Reserve ontem, que firmam a expectativa por corte de juros nos Estados Unidos em setembro, possivelmente de meio ponto porcentual já nesta reunião, enquanto o cenário para a Selic, aqui, permanece ainda em aberto.”

Do macro ao micro, a temporada de resultados corporativos das empresas domésticas no segundo trimestre, considerada bem sólida, mostrou resultados 40% acima das estimativas de receita projetada pela XP, aponta a estrategista de ações Jennie Li.

“A expectativa de 147 mil pontos para o índice (Ibovespa) até o final do ano se mantém, mas o posicionamento ainda é cauteloso, com foco em setores defensivos, diante da volatilidade e dos riscos fiscais e políticos domésticos”, acrescenta a estrategista da XP.

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