O setor de planos de saúde demonstrou uma recuperação significativa no primeiro trimestre de 2024, consolidando um resultado líquido acumulado em 12 meses de R$ 4,4 bilhões.
Este desempenho marca o quarto trimestre consecutivo de resultados positivos, uma sequência inédita nos últimos dois anos.
O resultado operacional, com um valor de R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre, foi o principal impulsionador dessa melhoria, alcançando um patamar próximo ao dos anos anteriores à pandemia de covid-19.
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Apesar de um recuo de R$ 2,4 bilhões nos acumulado em 12 meses, este é o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2021. O resultado financeiro, embora tenha sofrido uma ligeira queda para R$ 10,9 bilhões, permanece como o segundo melhor da série histórica.
Sinistralidade em queda
A sinistralidade, um dos indicadores mais relevantes para a operação de planos de saúde, apresentou uma queda significativa no primeiro trimestre do ano. A mediana da sinistralidade reduziu 0,4 pontos porcentuais (p.p.), enquanto a sinistralidade agregada diminuiu 1,3 pontos porcentuais em relação ao trimestre anterior, aproximando-se dos patamares pré-pandêmicos.
A análise por tipo de contratação revelou que a sinistralidade dos planos coletivos empresariais e por adesão reduziu no primeiro trimestre de 2024, enquanto a dos planos individuais se manteve estável.
Planos coletivos lideram altas
O crescimento dos planos de assistência médica foi de 1,5% no último ano, impulsionado principalmente pelos planos coletivos empresariais, que cresceram 2,8%. A distribuição de tipos de contratação nos municípios mostra uma grande variação, com Parauapebas (PA) apresentando o maior porcentual de beneficiários em planos coletivos por adesão e Teresina (PI) com o maior porcentual de beneficiários em planos individuais.
A utilização de serviços de saúde no primeiro trimestre de 2024 também reflete a recuperação do setor, com um aumento na frequência de utilização de exames ambulatoriais, consultas médicas e internações em relação ao mesmo período do ano anterior. Os exames ambulatoriais, em particular, apresentaram um aumento de 29% em relação aos valores de 2019.
As despesas médias por eventos assistenciais selecionados mostraram variações positivas, com as internações registrando um aumento de 18,6% em relação ao ano base de 2019. Este aumento nas despesas médias reflete as mudanças no comportamento de utilização dos serviços de saúde e os impactos da pandemia de covid-19.
Os atendimentos ambulatoriais no SUS, registrados por meio de Autorizações de Procedimento Ambulatorial de Média e Alta Complexidade (Apac), indicam uma parcela significativa de procedimentos prestados a beneficiários de planos de saúde.
O processo de ressarcimento ao SUS também reflete essa interação, com mais de R$1 bilhão cobrados anualmente entre 2019 e 2022, embora tenha havido uma queda para cerca de R$716 milhões em 2023.
(Com Estadão Conteúdo)