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Galípolo diz que Copom tem “todas as alternativas na mesa”

"Essa é a observação que o Banco Central sempre faz. A função do Banco Central é ser mais cauteloso e ter cuidado em função desses dados", disse Galípolo

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Gabriel Galípolo

 O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 26, que a interrupção do ciclo de corte de juros no País reflete a cautela e dependência da autoridade monetária em relação a dados, como indicadores de inflação, atividade e mercado de trabalho. Participante de evento em comemoração aos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PU), em Teresina, ele destacou, especialmente, que o BC vem observando alguns dados para ver se atividade está pressionando salários e preços.

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“O Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompeu seu ciclo de corte e ficou dependente de dados. Nós vamos agora consumir os dados a cada reunião do Copom para poder analisar como é que a economia está avançando e poder tomar as nossas decisões a partir disso. Nesse ciclo, a gente tem uma série de dados relevantes de mercado de trabalho, atividade econômica e, inclusive, de inflação até a próxima reunião que nós pretendemos consumir para tomar a decisão. Ficamos dependente de dados e abertos com todas as alternativas na mesa de política monetária para que a gente possa, ao chegar ao Copom, tomar a nossa decisão”, disse Galípolo.

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O diretor de Política Monetária do Banco Central afirmou ainda que o Brasil vem passando por um momento de desancoragem das expectativas que se refletem nas taxas de juros.

“A gente tem um processo de expectativas desancoradas e mesmo com o reflexo sobre a taxa de juros, que vem se tornando mais restritiva nas projeções, você continua vendo as expectativas de mercado desancorando essas expectativas, ou seja, esperando uma inflação que vai continuar se distanciando da meta”, explicou Galípolo.

Ele ponderou que, apesar desse cenário, há indicadores positivos na economia brasileira. “Estamos com o menor desemprego dos últimos dez anos. A renda cresceu 12% frente a 2022 e bateu o recorde do crescimento da renda. A gente tem um crescimento do crédito por seis meses consecutivos, já passando de dois dígitos. A emissão no mercado de capitais, de debêntures, por exemplo, que tem um reflexo relevante para crédito, foi duas vezes e meia no primeiro semestre de 2024 o volume que ocorreu em 2023. A gente tem a maior ocupação da capacidade instalada da indústria dos últimos 11 anos. A gente tem os estoques na mínima dos últimos dois anos. As projeções de PIB, vem sendo revisitadas sistematicamente para cima de novo, como aconteceu nos últimos anos”, listou.

Para ele, esses dados mostram que a economia brasileira apresenta bastante dinamismo, mas que faz parte do papel do BC observar se esse crescimento da demanda tem ocorrido de forma desordenada, a ponto de poder produzir um processo inflacionário que vai corroer a renda.

“Essa é a observação que o Banco Central sempre faz. A função do Banco Central é ser mais cauteloso e ter cuidado em função desses dados”, disse Galípolo, frisando a observação da economia mais resiliente.

(Com Conteúdo Estadão)

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