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Por que avião da Latam arrastou cauda na pista ao decolar em Milão?

O contato da cauda da aeronave com o solo deixou uma raspagem de 720 metros na pista, com profundidade de até 6 centímetros

por Estadão Conteúdo
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/ Youtube/ Latam)

No voo LA8073 da Latam (LTMLTMAY), que saiu no dia 9 de julho em Milão, na Itália, com direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o avião “arrastou” a cauda na pista durante a decolagem.

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Relatório divulgado nesta segunda-feira, 26, cerca de um mês e meio após o ocorrido, mostra que o acidente se deu pela inserção incorreta de dados, mas não é possível dizer ainda o que originou este erro.

Em nota, a Latam diz que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido (leia mais abaixo).

O avião decolou com menos velocidade do que era necessário para o peso que ele carregava, explica o investigador de acidentes e engenheiro de Aerodinâmica e Performance, Jefferson Fragoso.

Essa inserção errônea de dados, que causou menor velocidade, resultou no tail strike, como é chamado quando a causa bate no solo.

“(O relatório) não fala o porquê que estavam inseridos esses cálculos. Pode ter sido um erro de cálculo, uma digitação errada, erro de cálculo do peso do avião… A investigação vai descobrir por que isso aconteceu”, afirma. Por isso, não é possível saber se houve ou não erro do piloto.

O dia estava quente, com os termômetros marcando 30º, segundo o relatório preliminar feito pela Agência Nacional de Segurança de Voo (ANSV) italiana. Temperaturas mais altas fazem com que o avião percorra uma distância maior na pista para decolar.

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“Dependendo se o ar está mais ou menos rarefeito, ele influencia no consumo de combustível e na performance do motor. Então, a temperatura precisa ser considerada para não usar potência em excesso e não derreter o motor”, explica o engenheiro de Aerodinâmica e Performance.

“(A tripulação) lança o peso do avião, a temperatura ambiente e o computador traz as velocidades. Muitas das informações vêm do despacho da aeronave”, acrescenta o investigador.

O voo precisou retornar ao aeroporto de origem e ser cancelado. Antes disso, porém, voou durante uma hora para esvaziar o combustível, a fim de diminuir o peso da aeronave. Isso acontece porque é mais arriscado pousar com excesso de peso do que decolar.

“(Pousar com o peso que decolou) seria arriscado, poderia romper o trem de pouso e causar um acidente, então é um procedimento de precaução”, explica Fragoso.

O contato da cauda da aeronave com o solo deixou uma raspagem de 720 metros na pista, com profundidade de até 6 centímetros, de acordo com o relatório.

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O avião modelo Boeing 777 levava 398 pessoas a bordo, sendo a tripulação composta por três pilotos e 12 assistentes de bordo.

Houve danos na estrutura da aeronave, mas foram pequenos, segundo o documento. Não há conhecimento de mercadorias perigosas sendo transportadas e o voo aconteceu durante o dia, sem condições climáticas relevantes que afetassem o ocorrido.

O desembarque dos passageiros ocorreu normalmente em segurança e sem intercorrências, segundo a Latam. “Toda a assistência necessária foi oferecida aos passageiros, que foram realocados em voos próprios e de outras companhias”, informa a companhia aérea.

“A Latam ressalta que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido e aguarda a publicação do relatório final pela Autoridade Italiana de Segurança Aérea (ANSV). A companhia esclarece que o relatório emitido pela autoridade é preliminar e não apresenta as causas prováveis ou conclusões da investigação”, acrescenta.

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