Finalmente anunciado como indicado para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo se aproximou de Luiz Inácio Lula da Silva quando o petista ainda era candidato a presidente da República, em 2022. Ele foi um dos responsáveis por fazer a ponte entre o petista e o mercado financeiro.
Lula foi reabilitado para eleições em 2021, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou ações contra o petista. Em seguida, o Supremo invalidou todas as condenações contra Lula na Lava Jato, que o haviam levado para a cadeia.
Assim que retomou a elegibilidade, Lula passou a trabalhar em sua candidatura presidencial. Uma das principais tarefas era recriar laços com o PIB. O empresariado e o mercado financeiro têm desconfianças com o PT desde sempre. A situação ficou pior depois da crise econômica do governo de Dilma Rousseff.
A atuação de Galípolo foi parte de um movimento mais amplo, que envolveu acenos ao setor produtivo. Lula teve uma série de jantares e outros encontros com banqueiros, industriais e empresários de diversas outras áreas.
Outros nomes importantes nesse processo foram Walfrido Mares Guia (Kroton) e José Seripieri Filho (Qsaúde), conhecido como Júnior da Qualicorp, ambos amigos de longa data do hoje presidente da República. Também participaram do esforço os advogados Walfrido Warde e Marco Aurélio de Carvalho.
Aprovação de Galípolo para o Senado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou estimar uma data para quando ocorrerá a sabatina do indicado à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, que atualmente é diretor de Política Monetária da instituição. Ele afirmou, contudo, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já chegou a discutir o assunto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Para Haddad, a importância dessa indicação está sintonizada entre Pacheco e o presidente da República.
Em anúncio à imprensa, o ministro também comentou que tentou falar com Pacheco há pouco, sem sucesso, e que voltará a ligar para o presidente do Senado para tratar do assunto relativo à escolha de Galípolo.
“O presidente Lula chegou a discutir com Pacheco qual seria a melhor oportunidade, cabe ao Senado marcar e decidir, mas creio está sintonizado entre Lula e Pacheco em relação à importância dessa indicação. Então vamos aguardar pronunciamento de Pacheco. Tentei agora há pouco falar com ele, não consegui, saindo aqui vou voltar a ligar para conversar sobre. Mas Lula já tinha conversa com Pacheco e vamos respeitar a institucionalidade da Casa, que tem seus ritos e afazeres e vai julgar o momento para realizar a sabatina”, disse Haddad.
(Com Estadão Conteúdo)