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Correndo atrás dos ‘swingers’

Nunca é de graça que um candidato lance promessas como as que foram feitas pela Kamala de controlar preços

por tixanews
3 min leitura
Kamala e Trump

Faltando dois meses para o dia da eleição americana e tem um mundaréu de eleitores indecisos. Sim, os candidatos não poderiam ser mais diferentes, mas mesmo assim, quase 20% dos eleitores não sabe ainda se vai votar na Kamala ou no Trump, segundo as pesquisas mais recentes. Não disse que era um mundaréu? (Acho que nunca tinha usado essa palavra mundaréu em um texto e agora não quero parar.)

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O mais legal mesmo é como eles chamam os eleitores indecisos: swing voters.

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É preciso levar em conta que muita gente dos tais 20% swing voters estão indecisos e indecisos vão continuar e sequer vão votar. Mas mesmo assim, as campanhas sabem que os que forem votar podem definir a corrida, que está bem apertada, em especial nos tais estados campo de batalha. Aqueles estados que a cada eleição escolhem um candidato de um partido diferente

Perfil

As pesquisas do New York Times/Siena mostram que os swingers (essa eu que adaptei, não vi escrito em nenhum jornal) são moderados, mais negros do que brancos, quase metade está abaixo dos 45 anos, 51% são homens e a maioria (63%) não tem um diploma universitário. Estão mais propensos a serem conservadores (direita) do que liberais (esquerda)

Com o que se preocupam?

Com o bolso. Sim, a economia vem antes de questões como aborto (bandeira da Kamala), imigração (bandeira do Trump). Democracia então, nem aparece na lista de preocupações. Emprego e inflação são as palavras-chave para esse grupo.

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Mas isso significa que imigração e aborto vão sumir da pauta? De jeito nenhum. Porque aí nesse grupo tem muitas mulheres indecisas e para elas a questão reprodutiva é importante (mais abaixo conto mais). Além disso, os apoiadores fieis de Kamala e Trump consideram esses assuntos muito importantes e como a eleição está muito acirrada, eles não podem perder nenhum eleitor fiel, segundo analisa o NYTimes.

Nunca é de graça que um candidato lance promessas como as que foram feitas pela Kamala de controlar preços, dar benefícios para pais com crianças pequenas, dar dinheiro para compra de imóveis. Nesta semana ela pretende anunciar que vai dar um desconto nos impostos de 50 mil dólares com os gastos que empresas iniciantes têm com publicidade e salários

Também não é de graça que Trump fale bastante de inflação e de como os preços subiram durante o governo Biden, por consequência, da Kamala. Apesar de que ele gosta mesmo é falar mal da Kamala.

As campanhas

Contei aqui ontem que a campanha de Trump só fala mal da Kamala enquanto os comerciais da Kamala só falam bem dela mesmo. A empresa Blueprint, uma empresa de pesquisa, ouviu as opiniões de milhares de eleitores sobre seis anúncios hipotéticos para Kamala e percebeu que os eleitores ainda sabem pouco sobre a candidata e não querem mais ficar ouvindo ataques a uma pessoa que eles já conhecem bem: Donald Trump. Kamala não é tão conhecida e, por isso, ela precisa ser apresentada para o público. Isso também fez a campanha de Trump notar que eles precisam atacá-la. Por isso, 57% dos anúncios fazem isso.

De quem eles estão atrás?

A Axios publicou hoje interessante reportagem, ouvindo os estrategistas das duas campanhas, para mostrar em qual tipo de eleitor Trump e Kamala estão apostando as fichas. (E contrasta bem com o perfil dos indecisos apresentado pelo NYT.)

O público da Kamala:

  • Mulheres de todos os tipos – pesquisa mostra que os direitos reprodutivos ultrapassaram a economia como a questão principal para mulheres com menos de 45 anos e que moram nos estados indecisos.
  • Homens com ensino superior – por isso ela vai anunciar o plano pró-empreendedor.
  • Eleitores jovens – metade deles, com menos de 30 anos, dizem que vão votar na Kamala. Só 34% dizem que vão votar no Trump.
  • Independentes – este grupo não gostava muito do Biden candidato, mas gosta da Kamala.
  • Desligados – aqueles que querem virar a página e estão cansados da política.
  • Eleitores negros de classe média – devem aumentar participação na eleição.

O público do Trump

  • Voto bro: público masculino da geração Z.
  • Homens que não foram para a faculdade – já foi parte crucial da vitória de Trump em 2016.
  • Homens negros – Kamala recuperou parte desse eleitorado com a saída de Biden, mas Trump aposta na insatisfação econômica desse perfil de eleitor.
  • Homens hispânicos – Trump aumentou sua aderência nesse público e aposta em fazendeiros que se sentem ignorados pelos democratas.
  • Latinos religiosos – os evangélicos latinos estão divididos sobre Trump por conta da retórica da imigração, mas gostam mais do lado republicano por conta da questão de direitos LGBTQ+

Curtas

1. Um juiz do Michigan mandou que o Kennedy Jr siga na cédula do estado. Kennedy é aquele ex-democrata que lançou uma campanha por um chamado Partido Natural, mas que desistiu de ser candidato para apoiar o Trump. Ele agora está lutando para tirar seu nome das cédulas. O fato de seu nome estar lá pode tirar votos. No caso de Michigan, não se sabe de quem ele vai tirar votos.

2. O filho de John McCain (um importante ex-senador americano pelos Republicanos e herói de guerra, já falecido) disse que vai votar na Kamala. Ele estava indignado com a visita de Trump no cemitério de Arlington e falou algo como “violação de lugar sagrado”.

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